Após a morte cerebral de um dos funcionários dos Correios, o Sindicato dos Trabalhadores Correios decidiu protocolar uma ação civil pública junto ao Ministério Público Estadual (MPE) exigindo a interdição e a dedetização do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) do Cristo Rei, em Várzea Grande. A partir desta terça-feira (27) 300 servidores da unidade entrarão em greve, por tempo indeterminado.
O servidor Celso Luiz Gomes, 43, teve a morte cerebral confirmada neste domingo (26), depois de passar 14 dias internado em um hospital da capital. Ele foi diagnosticado com Criptococose, conhecida como “doença do pombo”, que pode levar à meningite. A patologia é transmitida por fungos presentes nas fezes das aves.
De acordo com o secretário jurídico do sindicato, Alexandre Aragão, o servidor estava nos Correios há 23 anos, e lotado na unidade do Cristo Rei há cerca de um ano. Desde que passou a trabalhar no local o funcionário reclama de mal estar. O quadro se agravou no último dia 12 e precisou ser internado. Após exames foi contatada a doença que evoluiu rapidamente e levou à morte cerebral de Celso Luiz.
O secretário conta que nos últimos quatro anos, já foram encaminhados diversos ofícios aos Correios, ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Ministério Público Estadual (MPE). Também já foram feitas duas notificações aos três órgãos relatando a insalubridade no local e as péssimas condições de trabalho dos funcionários, mas nada foi feito. “Não houve nenhuma resposta concreta. O que houve de concreto foi a morte do servidor”, ressalta Aragão.
O local é constante abrigo das aves que há muito tempo deixam seus rastros de sujeita e doenças pelo local. Há anos também há essas reclamações, mas nunca foi tomada nenhuma providência para mudar esse cenário.
Cerca de 300 funcionários trabalham na unidade que distribui correspondências para todo o Estado e também para o Mato Grosso do Sul e Pará. De forma que a paralisação dos colaboradores irá atrasar as encomendas de moradores dos três Estados.
Enquanto não houver o atendimento das demandas dos funcionários para a interdição, dedetização e realização dos exames periódicos de todos os servidores não haverá o retorno ao trabalho. Os exames dos trabalhadores estão atrasados há dois anos, como informou o sindicato.
"Os colaboradores tem que trabalhar no meio da sujeira, porque não são tomadas providências para a retirada dos animais de lá", enfatiza Alexandre Aragão.
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