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Justiça Terça-feira, 06 de Dezembro de 2016, 10:42 - A | A

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Terça-feira, 06 de Dezembro de 2016, 10h:42 - A | A

PACOTE ANTICORRUPÇÃO

"Se esse projeto passar, iremos começar usar tornozeleira antes dos corruptos", alerta juíza

JESSICA BACHEGA

O pacote de medidas, que sofreu alterações por parte dos deputados federais, tem gerado polêmica, principalmente, entre os membros do Judiciário. A juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado, afirma que o projeto é uma forma de “mordaça” aos operadores de direito.

 

No entendimento da magistrada, se entrar em vigor o projeto, os magistrados e representantes do Ministério Público serão penalizados antes mesmo daqueles que, de fato, cometeram atos ilícitos.

GcomMT

Sergio moro, selma arruda

 O juiz federal, Sergio Moro e, sentada, a juíza de Cuiabá, Selma Rosane de Arruda

 

“Então, se esse projeto passar, nós iremos começar a usar tornozeleira bem antes dos corruptos. Provavelmente os juízes serão ficha suja antes mesmo dos criminosos, porque criminaliza toda e qualquer ação do magistrado. Agora, por exemplo, eu não poderia estar dando esta entrevista. Seria presa em flagrante. Amordaçar o judiciário é uma ação típica de ditaduras e é com isso que nós não podemos conviver”, afirma.

 

Para ela, é justificável a que houvesse alteração no projeto, porém alguns pontos foram totalmente desconfigurados. “O que acontece é que, das 10 medidas, sobraram quatro completamente desfiguradas, que se transformaram num monstro que só se presta para auxiliar a impunidade e a corrupção”, narra a magistrada.

 

A juíza ressaltou o empenho popular contra as medidas e que “não vai deixar barato”. Conforme ela, o papel do legislador é de atuar pela causa da população “e não em causa própria”, afirmou.

 

A magistrada ainda frisou o que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, sugeriu  "não o fim do pacote, mas que fosse inserida uma cláusula onde se prevê que juízes e promotores não podem ser punidos por seu entendimento jurídico”, enfatizou.

 

A juíza comentou também sobre a corrupção em Mato Grosso. Ela afirma que "há muita coisa ainda a ser investigada e descoberta, mas pondera que o Estado é privilegiado porque está punindo os corruptos".

 

“A corrupção é sistêmica e existe em todos os poderes e em todo o Brasil”, completa.

 

Selma Arruda enfatiza que os fatos descobertos e investigados em todas as ações de corrupção representam apenas a “ponta do iceberg”. "A corrupção não foi inventada nos últimos quatro anos. Há muito ainda a ser esclarecido. “Dizer que podemos limpar o Estado é uma perspectiva negativa, porque a gente só consegue agir após o fato ocorrido. As inciativas de prevenção é que são as mais frutíferas ao meu ver”, declara.

 

Leia também:

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