Após quase dois anos de tramitação do processo referente a Operação Sodoma, a promotora de Justiça, Ana Bardusco, requereu a condenação dos réus investigados nas duas primeiras fases da Operação e o perdão judicial dos delatores que contribuíram para a investigação.
Os pedidos constam nas alegações finais encaminhadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) ao juízo da Sétima Vara Criminal e deve ser analisados pela juíza Selma Rosane de Arruda.
No documento, a promotora ressalta que a condenação dos réus investigados tem base em vasta e robusta documentação probatória. Além das delações dos ex-secretários Pedro Elias, Cesar Zílio, da ex-secretária da Fecomercio Karla Cecília e do arquiteto Jose da Costa Marques. Para os três primeiros, a promotora pediu o perdão judicial com redução de dois terços da pena, conforme acordado na delação e o arquivamento da denúncia contra o arquiteto Jose Marques.
Bardusco requer que os réus: Silval Barbosa, Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, Rodrigo da Cunha Barbosa, ex-secretário José de Jesus Nunes Cordeiro, o ex-procurador Francisco de Andrade Lima e o ex-assessor de Silval Silvio Cesar Correa sejam condenados pelos crimes de lavagem de dinheiro.
O ex-secretário Pedro Nadaf, o ex-deputado José Riva e o servidor Tiago Dorileo devem ser condenados, com atenuante da pena perante a confissão dos mesmos. Já os réus Fabio Drumond Formiga e Bruno Sampaio Saldanha devem ser condenados pelo crimes de concussão (requerer vantagem indevida).
A promotora também pede que o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace Guimarães, e os empresários Evandro Gustavo Pontes da Silva e Antonio Roni De Liz cumpram pena pelo crime corrupção ativa.
Bardusco quer ainda que sejm exonerados de seus cargos o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi e Bruno Saldanha.
Além das penas a representante do MPE solicita o bloqueio de bens e valores dos acusados até o montante desviado do erário. O pedido não se estende a Nadaf. Contra ele já foi recolhido um apartamento e seu gados foram levados a leilão.
Operação Sodoma 1 e 2
A operação foi deflagrada em 17 de setembro de 2015. Os delatores do esquema, os empresários Júlio Minori, dono da Webtech, Willians Paulo Mischur, proprietário da Consignum e João Batista Rosa, dono do Tractor Parts, confirmaram ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Justiça pagamento de valores para a organização.
O dono da Tractor Parts informou o pagamento de R$ 2,5 milhões para o esquema e Mischur revelou que repassou R$ 17,5 milhões para o grupo entre os anos de 2011 e 2014.
Conforme o MPE, o dinheiro recolhido com a cobrança de propina era utilizado para a aquisição de bens para os membros do grupo. Os recursos ilícitos também foram direcionados para o pagamento de despesas da campanha do ex-governador e de aliados.
Pelo menos R$ 13 milhões foram destinados para a compra do terreno que foi efetuado por meio de negociação entre o ex-secretário de Administração, Cezar Zílio, o arquiteto José da Costa Marques e o empresário Willians Mischur. Até mesmo o nome do pai já falecido, Zilio colocou no contrato de compra do terreno para dar credibilidade ao mesmo.
A área adquirida pertencia ao empresário André Maggi, filho do senador Blairo Maggi.
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