Terça-feira, 23 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,17
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,17
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

Justiça Terça-feira, 30 de Maio de 2017, 07:30 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Terça-feira, 30 de Maio de 2017, 07h:30 - A | A

GRAMPOS ILEGAIS

Operação contra plano de Arcanjo pode ter encoberto esquema de arapongagem

RENAN MARCEL

Responsável pelos principais processos de combate à corrupção e ao crime organizado em Mato Grosso, a juíza Selma Rosane Arruda, titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, levantou suspeitas sobre a Operação Querubim, que em 2015 investigou, sob sigilo, um suposto plano de uma organização criminosa que estaria vinculada ao ex-comendador João Arcanjo Ribeiro e pretendia armar contra a vida do governador do estado, Pedro Taques (PSDB).

 

 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

juiza selma arruma

 Juíza Selma Arruda

A magistrada não descarta que a ação policial tenha sido utilizada para dar legitimidade às escutas telefônicas clandestinas, que são investigadas atualmente. A Operação chegou ao fim sem qualquer constatação de que havia ameaças ao governador.

 

Durante 45 dias, o delegado Flavio Henrique Stringueta, então chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), ficou encarregado de investigar, com interceptação telefônica autorizada pela própria magistrada, as ex-servidoras Tatiana Sangalli Padilha e  Caroline Mariano dos Santos. Ambas tinham vínculos estreitos com o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.   

 

O curioso é que os telefones das duas haviam acabado de sair de outra investigação: a Operação Forti. Nesta, os principais alvos seriam pessoas em associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT).

 

Em resposta a um ofício da corregedora-geral de Justiça, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, Selma Arruda afirma que, nos últimos anos, não proferiu qualquer decisão sobre interceptação telefônica no âmbito da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar, onde funcionaria o esquema de grampos ilegais em Mato Grosso. Mas conta que deferiu interceptações para atender a Polícia Civil.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

Delegada Alana Cardoso

Delegada Alana Cardoso na época era titular do setor de inteligência da Sesp

Um desses pedidos era justamente relativo à Operação Forti, que, segundo a magistrada, foi coordenada pela delegada Alana Derlene Sousa Cardoso, então chefe da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, por sua vez, “diretamente ligada à Secretaria de Segurança Pública, cujo titular era o promotor de Justiça Mauro Zaque”.

 

Conforme a juíza, no segundo pedido de prorrogação das escutas da Operação Forti, a autoridade policial solicitou também a inclusão de dois números de telefone celular, identificados como “Dama Lora” e “Amiguinha”. A inclusão foi autorizada por Selma Arruda no dia 26 de fevereiro de 2015, após manifestação favorável do Ministério Público. Menos de um mês depois disso, houve um pedido para excluir “Dama Lora” e “Amiguinha” da lista de interceptações.

 

No dia 26 de março de 2015, a magistrada atende ao pedido de Stringueta e permite que Tatiana e Caroline sejam grampeadas, dentro das investigações da Operação Querubim. Selma diz que só percebeu que “Dama Lora” e “Amiguinha” eram, respectivamente, Tatiana e Caroline, após o ofício da desembargadora Maria Aparecida Ribeiro. Ou seja, depois que o escândalo dos grampos telefônicos clandestinos e ilegais veio a público. 

 

A juíza conta que desarquivou os processos e identificou que os ramais incluídos na Operação Forti, protegido pelos apelidos, eram os mesmos que a Querubim investigou abertamente. “À época era praticamente impossível a constatação de eventual fraude, até porque se trata de duas representações, formuladas por autoridades policiais distintas, lotadas em unidades diversas, no interesse de investigações diferentes”, argumenta no documento sigiloso ao qual o HiperNotícias teve acesso.

 

Selma lembra ainda que não há banco de dados para consultar os números dos telefones. “O ocorrido no procedimento denota, a princípio,  típico caso da chamada ‘barriga de aluguel’, que induziu tanto o Ministério Público quanto o Juízo a erro”, avalia a magistrada, referindo-se sobre a Operação Forti.

 

Já em relação à Operação Querubim, a magistrada diz que “não há como afirmar que houve ‘barriga de aluguel’, já que os nomes e dados dos alvos interceptados foram efetivamente revelados”. Mas, não descarta que “possa ter havido a construção de ‘história cobertura’, para dar legitimidade às escutas”.

 

Por fim, ela diz que, em nenhuma das duas operações, foram enviados quaisquer áudios relativos a Tatiana ou Caroline. E sugere uma auditoria nos sistemas Guardião e Vigia, que funcionam no Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e na Polícia Civil.

 

“Ademais, é possível que tal fato tenha ocorrido em outros feitos. Contudo, apenas uma correição minuciosa, em todos os procedimentos que tramitaram neste Juízo seria capaz de elucidar de vez tais fatos”, finaliza. 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

neto 30/05/2017

Infelizmente todos, inclusive juizes, tem que ser responsabilizados, pois recebem altos salarios para lerem os processos. vamos parar de transferir a responsabilidade para outros.

positivo
0
negativo
0

1 comentários

1 de 1

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros