A Secretaria de Administração (SAD) da gestão Silval Barbosa (PMDB) era a “menina dos olhos” da organização criminosa. Em torno dela se concentravam todas as ações ilícitas cometidas em prol do grupo que agia com a finalidade de desviar recursos do erário. A ação é investigada da Operação Sodoma 5. Pelo menos é o que escreve a promotora de Justiça, Ana Bardusco, responsável pela acusação do caso.
Cada servidor era cuidadosamente escolhido a fim agir parta o êxito das ações da quadrilha. Por lá passaram os ex-secretários Pedro Elias, Cesar Zílio, Francisco Faiad e o coronel José de Jesus Nunes Cordeiro. Todos investigados nas fases da Operação Sodoma e já presos por conta das acusações. Até hoje o coronel Cordeiro está preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope) acusado de ameaçar empresários para o pagamento de propina , corrupção e atuação nos desvios efetivados pelo grupo.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o grupo se beneficiou da legislação vigente para centralizar as ações na SAD, “a realização das licitações para registro de preços de bens, serviços e locação de bens móveis e, por vezes o respectivo pagamento” eram feitos pela Pasta, como consta na denúncia.
“Se por ocasião da normatização a ideia inicial era facilitar o controle e obter maior economicidade nas aquisições, constata-se que foi desvirtuada para colocar a centralização como meio a capitalizar a vantagem criminosa perseguida pelo grupo criminoso”, diz trecho do texto do MPE.
O coronel Cordeiro era adjunto da Pasta e tinha cargo estratégico na secretária tendo autonomia muitas vezes maior que a do próprio secretário, tanto que permaneceu na SAD durante os quatro anos da gestão Silval.
“[...] era responsável por toda a área de licitações e de patrimônio público e serviços daquela Secretaria, de modo que, tinha plena autoridade e autonomia para convergir suas ações e determinações com o propósito de fraudar/direcionar os procedimentos licitatórios, prorrogar os contratos administrativos e/ou rescindi-los, como também, orquestrar adesões, tudo com o propósito de atender aos interesse da organização criminosa”, diz parte da denúncia.
Segundo o depoimento do colaborador Pedro Elias, que também passou pela pasta, as ações do coronel não podem ser questionada ou confrontadas pelo secretário da Pasta e que ele se reportava apenas para o assessor de Silval, Silvio Cesar Corrêa, preso no Centro de Ressocialização da Capital (CRC)..
“Inegável que a escolha de seu nome para ocupar esse estratégico cargo é outro aspecto que reforça, não só a liderança de Silval Barbosa, mas também, que toda a estrutura da administração pública foi colocada a serviço dos interesses da organização criminosa, cujos cargos eram ocupados por agentes afinados ao objetivo criminoso do GRUPO”, ressalta a promotora Ana Bardusco em sua denúncia.
Todas as ações recebiam o aval de José Cordeiro, adjunto da SAD, e o assessor Silvio Cesar, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CONDES).
“Dessa forma, a Secretaria de Estado de Administração destacava-se como verdadeira “menina dos olhos” para a organização criminosa, de modo que, a escolha dos membros pelo líder Silval Barbosa para comandar esta pasta, bem como para ocupar o cargo de Secretário Adjunto da Secretaria de Estado de Administração – SAD/MT, como já ressaltado acima, era de extrema importância para que o sucesso dos vários esquemas criminosos de pagamentos de propina e de desvios de recursos públicos fossem implementados, como o que sucedeu com as empresas: MARMELEIRO AUTO POSTO LTDA. e SAGA COMÉRCIO E SERVIÇO TECNOLOGIA E INFORMÁTICA LTDA.”, ressalta a o MPE.
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