Justiça condena dois e absolve outros dois por "Salve Geral" do CV

O juiz Marcos Faleiros da Silva condenou dois envolvidos no "Salve Geral" realizado em Mato Grosso em 2016, com uma série de atentados contra ônibus, carros, viaturas e e agentes penitenciários. Outros dois réus na ação penal, que tramitava na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, foram absolvidos pelo magistrado.

Alan Cosme/HiperNoticias

 

O "Salve Geral" foi uma série de atentados orquestrados por lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso, em junho de 2016, como forma de retaliação dos detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) por conta da suspensão das visitas, devido à greve dos agentes penitenciários, na ocasião.

Faleiros condenou Baltazar Luz de Santana, Carlos Alberto Vieira Teixeira e absolveu João Luis Baranoski e Reginaldo Aparecido Moreira. Este último era apontado como "RG", um suposto líder do Comando Vermelho. A defesa conseguiu comprovar que, na verdade, ele tinha o nome igual ao do verdadeiro "RG". 

Reginaldo Aparecido Moreira ficou preso dois anos e meio por conta da acusação. Pedro Neto, advogado que fez a defesa do réu absolvido, afirma que "a justiça está apenas começando". O defensor não descarta entrar com uma ação contra o Estado por conta do período em que o cliente passou preso e pelas agressões e torturas que Reginaldo alega ter sofrido.

Baltazar Luz de Santana foi condenado a 6 anos e 8 meses de detenção, além de multa. Carlos Alberto Vieira Teixeira terá que cumprir pena de 6 anos de reclusão, também com multa. Os dois, que já estão  presos, cumprirão a sentença em regime fechado.

De acordo com Faleiros, Baltazar seria um porta-voz do Comando Vermelho em Mato Grosso, sendo o responsável por emanar os “decretos” no estado, enquanto Carlos Alberto teria sido o responsável por fornecer o celular para coordenar os ataques realizados naquela ocasião.

Salve Geral

Ao menos cinco ônibus foram incendiados na noite do dia 10 de junho, em Cuiabá e Várzea Grande. Os crimes teria sido orquestrados por criminosos de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), como uma forma de retaliação à greve dos agentes prisionais. Os bandidos também atacaram agentes penitenciários e cometeram diversos outros crimes nas duas cidades.

Os ataques ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande, Primavera do Leste e Barra do Garças. Uma viatura da PM, uma Kombi e dois carros que pertencem ao sistema prisional também foram incendiados. Tiros contra prédios e bases da polícia também foram registrados na ocasião.

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