Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,25
euro R$ 5,59
libra R$ 5,59

00:00:00

image
ae7b65557f584ffa666eb2a35ce5142f.png
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,25
euro R$ 5,59
libra R$ 5,59

Justiça Segunda-feira, 20 de Agosto de 2018, 14:43 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Segunda-feira, 20 de Agosto de 2018, 14h:43 - A | A

REFUGIADOS

Fugindo da fome, imigrantes buscam emprego e vida nova em Mato Grosso

REDAÇÃO

“Um frango chegou a custar mais que um salário mínimo e nós estávamos desempregados. A gente comia no máximo uma vez por dia e, às vezes, nem isso”. Com os olhos marejados, a venezuelana Denis González conta as razões pelas quais deixou a cidade de Maracaibo, a cerca de 700 km de Caracas, e veio para o Brasil com o marido, deixando os quatro filhos menores para trás, com sua irmã.

 

Divulgação TRT

DENIS GONZALES venezuelana

 

O casal chegou a Cuiabá a bordo do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em uma sexta-feira, 6 de abril de 2018, com um grupo de 66 compatriotas. Eles foram os primeiros a desembarcar na capital de Mato Grosso por meio de um plano de interiorização do Governo Federal, organizado com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que tenta aliviar uma crise sem precedentes de refugiados concentrados no estado fronteiriço de Roraima. No dia 15 de maio, outros 29 venezuelanos também se somariam a eles em Cuiabá.

 

Ao encarar uma viagem de seis dias, parte de carona, parte a pé, para chegar até a cidade de Boa Vista, capital de Roraima, o casal tinha um único objetivo: conseguir emprego e trazer os filhos de 17, 15, 9 e 5, que ficaram no país natal passando fome. Após cruzar a fronteira, foram cinco meses vivendo em tendas improvisadas em Boa Vista antes de pisar em solo mato-grossense e ser encaminhado para a Pastoral do Migrante que, a pedido da ONU, se preparou para receber todo o grupo.

 

Lá dividiram espaço com dezenas de outros imigrantes, a maioria haitianos, que têm chegado ao país ao longo dos últimos oitos anos, engrossando a fila dos que estão em busca de um emprego em Mato Grosso.

 

Com uma história pouco comum entre os estrangeiros que chegam a Cuiabá, o casal não precisou procurar muito para encontrar trabalho. Apenas três dias depois, Denis foi surpreendida com um convite para uma entrevista de emprego em uma escola particular.

 

A responsável pela contratação foi a diretora do colégio Notre Dame de Lourdes, a irmã Marluce Almeida, que ficou sabendo pela TV da chegada do grupo de venezuelanos. “Fiquei muito emocionada com a reportagem e decidi que queria dar essa oportunidade para alguns deles aqui na escola”, conta.

 

Hoje a escola emprega cinco venezuelanos e dois haitianos que trabalham na limpeza e também no estacionamento. Denis, que já consegue conversar com todos utilizando seu ‘portunhol’, diz que o trabalho é um paraíso e conta, sorrindo, que agora pode comer três vezes ao dia: uma vitória para quem passou fome, revirou lixo e deixou de se alimentar para dar comida aos filhos.

 

A diretora da escola garante que a convivência com os imigrantes é riquíssima, tanto para eles, que conseguiram um emprego, quanto para os alunos, que recebem aulas práticas sobre novas culturas e como lidar com as diferenças. “Ninguém precisa ter medo de contratar estrangeiros. Nossa experiência está sendo maravilhosa, todos os haitianos e venezuelanos que aqui estão são pessoas trabalhadoras e muito boas”, afirma.

 

Entretanto, apesar da alegria, a história de Denis González não é regra para aqueles que escolhem o Brasil em busca de sobrevivência longe de casa. Conseguir trabalho em Mato Grosso nem sempre é fácil e revela uma crise pela qual muitos forasteiros não esperavam: falta emprego até mesmo para os brasileiros. Além disso, a barreira linguística e cultural por vezes dificulta o acesso aos postos de trabalhos.

 

Leia também

Histórias de fome e violência unidas pela esperança 

 

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros