A juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, ouve nesta terça-feira (4) o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf. Ele é réu pela Operação Sodoma 4, que investiga o desvio de dinheiro da desapropriação de terras realizadas no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá.
Nadaf chegou a ser preso em outras fases da operação e teve o nome citado em depoimento prestado pelo ex-governador Silval Barbosa à Justiça, no mês de junho, quando o político confessou a fraude na desapropriação.
Acompanhe o depoimento:
15:25 - Pedro Nadaf inicia com o depoimento;
15:27 - Ele confirma o termo de delação firmado com o Ministério Público Federal (MPF);
15:28 - O ex-secretário confessa que as acusações imputadas a ele são verdadeiras e reitera os depoimentos anteriores no qual confessou sua participação;
15:28 - Nadaf ressalta que a desapropriação tinha como objetivo levantar dinheiro para pagar uma dívida que tinha com a factoring do empresário Valdir Piran;
15:30 - O réu conta que o procurador Francisco Lima disse ao governador Silval Barbosa que já tinha uma área pronta para desapropriação, e que já tinha até mesmo conversado com os proprietários. Disse que 50% do valor retornaria em propina para o grupo criminoso;
15:32 - Nadaf confessa que foi sua responsabilidade dar andamento à desapropriação junto ao procurador e demais membros responsáveis pelo pagamento da desocupação das terras;
Alan Cosme/HiperNotícias
Nadaf diz que o ex-secretário Marcel Cursi comprou 10 kg de ouro por R$ 1,1 milhão
15:34 - O réu conta que levou o valor até o então secretário de Fazenda, Marcel de Cursi, para saber da capacidade financeira do Estado para o pagamento. "Cursi me disse depois que o Estado teria como pagar pela desapropriação em sete vezes", pontua Nadaf.
15:40 - Nadaf conta pagou R$200 mil ao Buffet Leila Malouf para sanar uma dívida relacioanda a festa de posse, que havia sido realizada no local. Diz que outros R$200 mil também foram direcionados ao Grupo Milas Comunicação, que descobriu o esquema e ameaçava publicar a fraude em seus veículos;
15:45 - O delator conta que R$700 mil também foram direcionados para pagamento da ex-deputada Luciane Bezerra, valor que foi pago de forma parcelada;
15:47 - Nadaf conta que, no fim de 2014, procurou Marcel de Cursi para cobrar sua parte no esquema; Naquela época, os ex-secretários tiveram as contas bancárias bloqueadas por ação de improbidade e, portanto, ele precisava de dinehiro; Cursi pediu para Nadaf procurar uma pessoa para trocar cheques, e foi João Justino quem trocou;
15:50 - O ex-secretário Nadaf passa a relatar sobre o esquema de compra de outro junto a João Justino;
15:52 - Nadaf revela que Cursi pagou cerca de R$1,1 milhão por 10 quilos de ouro; O réu conta que ganhou R$200 mil pelas negociações;
15:55 - O réu informa que há valores e pessoas que não podem ser revelados por questão de sigilo;
15:58 - O delator conta que tinha cerca de R$1 milhão de juros com o empresário Alan Malouf e que o ex- secretário de Planejamento Arnaldo Alves também tinha dinheiro com o empresário; Informa que ambos eram amigos, porque Alrnaldo praticava Tênis e Malouf era Presidente no Clube Monte Líbano;
16:00 - Nadaf afirma que Silval Barbosa estava ciente de tudo o que ocorria;
16:06 - A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco pede alguns esclarecimentos ao interrogado;
16:06 - Nadaf reforça a engrenagem do esquema de desvios;
16:09 - O ex-secretário conta que o então secretário da Secretaria extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, ficou responsável pelo pagamento de R$500 mil a Alan Malouf pela festa de posse realizada no buffet; Ele não soube informar qual seria a origem do dinheiro do repasse;
16:10 - "Eu paguei com dinheiro de caixa 2, mas não sei como Maurício pagou", observa Nadaf;
16:25 - Nadaf conta que recebeu dinheiro desviado de sua própria empresa, NBC assessoria, que emitiu falsa nota de prestação de serviço para Alan Malouf;
16:28 - Nadaf conta que Piran foi até o gabinete de Silval Barbosa e discutiu com o governador. "Foi rápido. Ele chamou Silval de picareta, porque não pagava. Ainda pegou uma cadeira e ia atirar em Silval, e eu segurei. Silval saiu da sala e Piran ficou no gabinete", lembra o ex-secretário. Ele conta que Piran estava revoltado porque Silval tinha repassado a ele um cheque pré datado sem avisar que o cheque não tinha fundos;
16:53 - Nadaf reforça que teria sido ameaçado pelo ex-assessor do governador, Silvio César, enquanto estavam no Centro de Custódia da Capital (CCC). Na ocasião, a TV transmitia sobre as relações dos ex-secretários Pedro Elias e César Zilio;
16:54 - Nadaf diz que Silvio chegou a afirmar que o delator tinha que morrer. "Eu fiquei assustado, porque Silvio era uma pessoa muito inquieta. Ele andava para todo lado. Nessa época eu mantinha uma espécie de Diario e ele ficava rodeando querendo ler o que eu escrevia", diz;
16:54 - O réu relata que até mesmo nas reuniões do Condes Silvio tinha uma personalidade forte e falava, às vezes, que "quem tem cu tem medo";
16:59 - O delator conta que lavou dinheiro com Alan Malouf não somente nesta operação, mas também em outras que estão sob investigação;
17:06 - O advogado de Alan Malouf, Hendel Rolin, passa a questionar o réu;
17:08 - Nadaf afirma que Silval recebeu com surpresa a cobrança de Alan Malouf sobre a dívida da posse, porque ele acreditava que já havia sido paga;
17:08 - O advogado de Levy Machado questiona Nadaf sobre a participação de seu cliente no esquema; Nadaf diz que não o conhece;
17:19 - O jurista João Cunha, defensor de Francisco Lima, indaga o delator sobre o esquema em geral e Nadaf reforça já ter explicado alguns apontamos em audiências anteriores; Ele ressalta que não pode explicar certos pontos em razão de sigilo;
17:20 - Nadaf esclarece que os pagamentos feitos à então deputada Luciane Bezerra eram recebidos na Casa Civil e que ela os recolhia pessoalmente;
17:21 - É questionando o motivo da dívida com a deputada, mas a juíza intervém e indefere a pergunta;
17:24 - Perguntam se Nadaf viu o procurador Francisco receber dinheiro; Ele responde de forma afirmaiva;
17:25 - Nadaf conta que viu Filinto Muller entregar dinheiro ao procurador em duas oportunidades;
17:31 - O ex-secretário conta que ficou com R$500 mil do dinheiro desviado;
17:46 - A sessão é encerrada.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.