A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deflagrou a operação “Oeste Legal” na manhã desta quinta-feira (25). Os principais alvos da operação são empresários do ramo agropecuário que praticam grilagem de terras. Foram cumpridos 30 mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão de documentos para desarticular as ações do grupo, que já é classificado como os maiores grileiros do país, com golpes que, somados, totalizam R$ 30 bilhões.
Conforme a Polícia Federal, um dos investigados é Vicente Toyoko Okamoto, proprietário da Algodoeira Goeire e Assaimenka Indústria de Alimentos Ltda. Okamoto, segundo a polícia, veio do sul do país para grilar terras no oeste, usando o poderio econômico para fraudar e burlar o que fosse necessário.
De acordo com a PF, o grupo pratica, de forma reiterada, a falsificação de documentos, corrupção, tráfico de influência, pistolagem, esbulho e outras. A ação do grupo ainda era estendida para os estados do Paraná e Mato Grosso. O golpe é considerado o maior caso de grilagem de terras no Brasil e atinge as fazendas São José e Estrondo, em Formosa do Rio Preto. As investigações do caso começaram em novembro de 2015, quando casos de grilagem de terra eram investigados pela Polícia Federal e pelo CNJ por falsificação de matrículas de terras e, mesmo após a desarticulação do ato ato criminoso pelo Ministério Público, os golpes continuaram em curso.
O empresário Nelson José Vigolo, da Bom Jesus Agropecuária, também é outro dos investigados. Em nota, foi informado que o empresário continuou com o esquema de grilagem após Okamoto deixar o grupo. Em Mato Grosso, Vigolo é conhecido como um dos maiores grupos grileiros, fazendo negócios com as terras griladas, dando golpes no sistema financeiro federal, nos estados e no exterior.
A PF aponta Getúlio Vargas da Fonseca, conhecido como Getulhão, como o principal articulador da quadrilha. Para tanto, ele utiliza da força, pistolagem, invadindo e intimidando pessoas, até mandando matar quem se intervém contra a organização criminosa e negocia as terras de grilagem a terceiros. Getúlio já foi preso no Piauí, durante a Operação Mercadores. O filho de Getulhão, Getúlio Vargas da Fonseca Filho, também está envolvido nos casos de grilagem, por usar várias empresas, ocultar valores arrecadados em transações bancárias e financeiras oriundas das terras adquiridas com as fraudes, fazendo fortuna com o golpe.
Braços no poder público – A atuação dos grileiros contava com a participação do secretário do Meio Ambiente de Formosa do Rio Preto, Mário Eduardo Mignot, que utilizava o cargo para facilitar as atividades do grupo ao despachar decisões administrativas. O capitão Getúlio Cardoso Reis, que foi preso na manhã desta quinta-feira, em sua casa, no bairro da Barra, em Salvador, é investigado por atuar junto a advogados e usar amizades políticas para tentar legalizar as falsas ações no TJ-BA. O último membro do grupo é Luis Rosa Filho, conhecido como Lulinha, especialista em falsificar escrituras públicas de terras para o grupo criminoso.
1- O Grupo Bom Jesus tomou conhecimento da operação policial por meio da imprensa, sendo que não houve nenhum cumprimento de mandados em nossa empresa;
2- O Grupo Bom Jesus, desde a sua fundação, sempre prezou pela legalidade e segurança jurídica em suas relações comerciais, inclusive nos processos de aquisição fundiária em Mato Grosso e em outros Estados;
3- Neste sentido, nos colocamos à disposição das autoridades competentes, caso haja necessidade, para prestar informações e colaborar com o esclarecimento dos fatos.
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