Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,15
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,15
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

Justiça Sexta-feira, 28 de Julho de 2017, 14:25 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Sexta-feira, 28 de Julho de 2017, 14h:25 - A | A

SODOMA 4

Chico Lima confirma ter recebido R$200 mil de Filinto; Piran recebeu R$10 milhões

CAMILLA ZENI/JESSICA BACHEGA

O procurador do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima, presta depoimento à Justiça nesta sexta-feira (28), em relação a sua participação no esquema de lavagem de dinheiro nos cofres públicos estaduais. Ele é ouvido pela magistrada Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal, após ter sua audiência adiada de terça-feira (25) para esta tarde.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

francisco lima/sodoma 04

 

Chico Lima figura como réu em quatro fases da operação Sodoma, mas, nesta audiência, presta esclarecimento sobre a fase 4, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga um esquema ilícito em na tramitação de uma desapropriação de uma área próxima ao bairro Osmar Cabral, conhecida como Jardim Liberdade. Conforme a investigação, a movimentação custou R$31 milhões, dos quais R$15 milhões teriam retornado para o grupo criminoso.

 

Acompanhe o depoimento:

 

14:25 - A audiência tem início na Sétima Vara Criminal.

 

14:29 - O réu conta que a denúncia a seu respeito é parcialmente verdadeira.

 

14:30 - Ele relata que apresentou o proprietário da área, Antonio Carvalho, ao ex-secretário Pedro Nadaf, e que favoreceu o processo de desapropriação recebendo valores indevidos pela sua atuação. Conta, ainda, que emitiu parecer favorável ao pagamento da indenização de R$ 31 milhões.

 

14:32 - O réu conta que tinha um crédito com Filinto Muller ainda remanescente da propina dos desvios apurados na Sodoma 1, e que Filinto pagou a ele cerca de R$ 200 mil do valor do crédito e da desapropriação.

 

14:36 - "Ele não queria me pagar. Ficava protestando. Eu fiz para tentar resolver meu problema e sabia que tinha a propina no meio. Depois, ele brigou comigo e não pagou tudo", afirma o réu, falando de Filinto, que disponibilizou a empresa de fachada SF Assessoria para intermediar os pagamentos da desapropriação.

 

14:37 - Chico Lima conta que era amigo de Antonio Carvalho e que o conhecia desde 1980. Diz que, certo dia, eles se encontraram na Policia Federal, onde tratavam de assuntos particulares, e Chico disse que trabalhava no gabinete do governador e que, se Antonio precisasse de alguma coisa, podia procurá-lo. Então, Antonio disse que tinha esse processo de desapropriação tramitando há 17 anos e perguntou se ele poderia agilizar o processo. Foi então que ele tentou dar o andamento.

 

14:39 - O réu contou que procurou Pedro Nadaf, que disse que ia ver o que podia fazer.

 

14:40 - Em 2013, o dono da área voltou a pressionar o réu, dizendo que precisava de dinheiro. Ele relata que a avaliação feita pela Secid demonstrou que a área de 97 hectares valia R$37 milhões. Posteriormente, outro documento atestou que o imóvel valia R$31 milhões e o Estado faria o pagamento em sete vezes.

 

14:47 - Conforme o réu, ele apresentou Filinto ao ex-secretário Pedro Nadaf, e que este explicou a Filinto como seria a devolução do dinheiro. A comissão da factoring de Filinto seria de 3%. R$ 10 milhões iriam para Valdir Piran e o restante para Nadaf. R$ 15 milhões foram efetivamente pagos ao dono da área.

 

14:50 - A promotora de Justiça Ana Bardusco passa a interrogar o réu.

 

14:52 - Chico Lima confirma que ele mantinha contato com Antonio para solicitar novos documentos e mantê-lo atualizado quanto ao andamento do processo.

 

14:53 - A promotora Ana Bardusco pede esclarecimentos sobre rasuras em documentos da desapropriação, pergunta se é normal rasurar e mudar data de processos.

 

Alan Cosme/ HiperNotícias

chico lima francisco

 

14:55 - O réu responde que "Não, não é comum, mas, às vezes, você se atrapalha e faz".

 

15:02 - Respondo a promotora, Chico Lima conta que os pagamentos feitos a Antonio foi por meio da conta do advogado Levy Machado, porque o dono da área tinha muitas dívidas e o Banco iria reter o dinheiro para quitação da pendência.

 

15:05 - Chico Lima se exalta e fala que a fraude em protocolo existe a muito tempo, "tanto que estão no Palácio Paiaguás para todo mundo ver", afirma. O réu responde atendendo ao questionamento da promotora sobre a ausência de protocolos com a tramitação da desapropriação.

 

15:15 - A promotora questiona sobre a divisão da propina e o réu responde que sabia que quem receberia dinheiro era ele, Nadaf e Afonso Dalberto. Indagado se Marcel de Cursi teria se encontrado com Antonio, Chico Lima disse que não é verdade, e que Marcel "era reservado até demais" para ter se encontrado com ele.

 

15:24 - A promotora questiona se é verdade que ele atuava somente em processos de interesse do governador, e que teriam retorno para o grupo. "Não que teriam interesse, mas alguns processos mais complexos passavam realmente por mim e eu ajudava o governador", explica.

 

15:31 - Chico Lima afirma que participou do esquema, não para receber propina, mas para conseguir receber o dinheiro que Filinto lhe devia porque sabia que ele estava "quebrado" e que estava agindo em negócios ilícitos. 

 

15:37 - O réu disse que não soube da ameaça que Silvio Cesar teria feito a Pedro Nadaf e ressalta que "Nadaf fazia muita confusão na prisão".

 

15:40 - O procurador relata que o empresário Alan Malouf sempre estava no gabinete de Pedro Nadaf cobrando a dívida da festa de posse do ex-governador Silval Barbosa. Ele afirma que não sabe se a conta foi paga e que não tem certeza se a dívida de Silval com Piran foi paga. "Mas acho que foi. Senão Piran estaria gritando aqui", pontua.

 

15:50 - Além do valor da propina de R$ 200 mil, o procurador afastado diz que recebeu de Filinto mais R$ 480 mil de valor de negócios anteriores que tinha com o empresário.

 

15:54 - O advogado do ex-secretário Arnaldo Alves questiona o réu sobre quais seriam as atividades que ele cita que Filinto fazia. "Soube que, quando ele era menor, comprava cheques furtados e trocava na praça, além de outras atividades", afirma o réu.

 

15:55 - Outros advogados não têm perguntas. A audiência é encerrada.

 

Confira a entrevista concedida pelo procurador:

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros