A carta com o pedido de desculpas encaminhada pelo ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) revela que o empresário Valdir Piran sabia que tinha recebido dinheiro ilícito pago por Silval e que temia a prisão.
No documento, Nadaf pede dinheiro emprestado ao peemedebista e informa que já tinha feito o pedido para “Bob Pai”, codinome de Piran, e que o mesmo negou a ajuda financeira, pois estaria com medo da prisão.
“Pedi para ver com o Bob pai, mas não estão vindo para cá, com receio da prisão”, diz trecho da carta. No texto, a palavra prisão está substituída por um símbolo de hashtag (#), que o próprio Silval esclareceu, em audiência, que significava cadeia.
A correspondência foi entregue por Silval à juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal, durante audiência na semana passada e anexada aos autos da Operação Sodoma, que investiga a cobrança de propina por parte da a organização criminosa ao empresário João Batista Rosa, dono da Tractor Parts. Rosa afirma ter pago R$ 2,5 milhões ao grupo em troca de enquadramento de suas empresas no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).
A carta foi entregue por Nadaf a Silval enquanto estavam na prisão e o dinheiro solicitado seria para pagar o advogado. Nadaf ficou preso de setembro de 2015 até setembro de 2016. Silval foi preso na mesma época e colocado em prisão domiciliar em junho deste ano.
Ambos os réus confirmaram que dos R$ 15 milhões desviados pelo grupo na desapropriação do Jardim Liberdade, R$ 10 milhões foram para pagamento de dívidas junto ao empresário Valdir Piran.
Conforme o Ministério Público estadual (MPE) a dívida de SIlval com Piran teria chegada a R$ 40 milhões, no entanto, até o momento, apenas R$ 10 milhões teriam sido direcionados para o empresário. Piran confirmou a dívida e disse que ela não teria sido contraída em período eleitoral.
Piran ficou 32 dias preso no Centro de Ressocialização da Capital (CRC) após a deflagração da Operação Sodoma. Ele conseguiu a liberdade depois de pagar fiança no valor de R$ 12 milhões.
À época, Piran disse que estaria colaborando com a Justiça, oferecendo os esclarecimentos necessários.
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