O retrato é de abandono no prédio que abrigava o Grupo Soy, próximo a Avenida do CPA, em Cuiabá. Desde que o presidente do grupo, Walter Dias Magalhães foi preso, na Operação Castelo de Areia, o local se tornou ocioso.
Além do presidente do grupo, foram presos o ex-vereador João Emanuel, a esposa de Walter, Shirlei Aparecida Matsuoka, Evandro Goulart e Marcelo de Melo Costa. Também foi conduzido coercivamente o irmão de João Emanuel, Lázaro Moreira de Lima, e indiciado o pai de João e Lázaro, o juiz aposentado Irenio Fernandes de Lima.
A reportagem do Hipernotícias esteve na sede do Grupo, na tarde desta quarta-feira (14), e encontrou no local lixo em torno do edifício. As luminárias e câmeras de segurança foram retiradas e até mesmo o nome do grupo ostentado no alto do prédio já não exiuste. Não havia ninguem no prédio, nem vigilante.
A Operação Castelo de Areia investiga uma organização criminosa que usava a empresa de fachada para aplicar golpes milionários em empresários e agricultores. Em uma das ações investigadas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o grupo cobrou a uma de suas vítimas R$ 50 milhões para concretizar um falso empréstimo no exterior.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE), constam sete vítimas do grupo, porém desde que foi desencadeada a Operação, novas vítimas surgiram. Levando em conta os novos fatos, o delegado da GCCO Diogo Santana confirmou o desdobramento da Operação.
De acordo com o MPE, o grupo inicialmente captava pessoas que tinham interesse em obter empréstimos com juros menores ou de investir em empreendimentos imobiliários. Em seguida, acertavam o valor do suposto empréstimo ou do investimento, que eram de valores altos. A partir daí firmavam pré-contratos do suposto empréstimo/investimento. Depois solicitavam determinada quantia proporcionais ao valor do suposto empréstimo como garantia.
Segundo eles, era necessária para a concretização do empréstimo/investimento; após receber os valores repassados pelas vítimas começavam a dar “desculpas”, não empregavam os valores conforme prometido e não devolviam as quantias pagas pelas vítimas.
Prisão domiciliar
Quando foi decretada a sua prisão, o ex-vereador João Emanuel estava se recuperando de uma cirurgia e foi concedida a prisão domiciliar.
O atestado apresentado está sendo alvo de apuração quanto a sua legitimidade.
Na última semana, o MPE encaminhou ao juízo da Sétima Vara quatro pedidos de prisão contra o ex-parlamentar decorrentes das Operações Assepsia, Aprendiz 1 e 2 e processo de lavagem de dinheiro.
Por conta destes pedidos e do atestado médico investigado, a juíza da Selma Rosane de Arruda designou que João Emanuel fizesse uma perícia médica para atestar seu estado de saúde. Dependendo do resultado do laudo, o réu pode ser conduzido para o Centro de Custódia da Capital (CCC).
Ligação com o Comando Vermelho
O MPE abriu inquérito para a apurar a suposta ligação de João Emanuel com a organização liderada pelo criminoso de alta periculosidade, Sandro Louco.
O inquérito teve início após o presidente do Grupo Soy, Walter Magalhães, revelar em depoimento que o ex-vereador planejava a morte da juíza Selma Rosane e que havia ligado para membros do Comando dentro da prisão, mandando dar um “salve” para executar a magistrada e intimidar Walter.
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