O advogado Levy Machado afirmou que irá mover ação contra o Estado para que seja ressarcido pelos prejuízos causados pelas investigações da Operação Sodoma 4. O jurista é reu na ação que investiga desvio de R$ 15 milhões do erário estadual por meio de desapropriação de um terreno no bairro Jardim Liberdade. Ele é acusado de lavagem de dinheiro e de ter sido beneficiado com o desvio.
“Vou buscar a reparação. Eu sou obrigado a fazer isso. O responsável por tudo isso foi o Estado. Porque a autoridade, seja ela o juiz, o promotor ou o delegado, ele age em nome do Estado. Eu não posso culpar A, B ou C, mas posso processar o Estado”, afirma o Machado.
“Eu sou apenas um advogado. Atuei nos limites da lei e das minhas atribuições”, assevera.
Sobre os prejuízos causado por sua citação na lista de réus do desvio, Machado relata que tinha operações de crédito rural junto aos bancos HSBC e Bradesco. Também tem em andamento um projeto de crédito de Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) junto ao Banco do Brasil para a conclusão de uma embarcação de turismo. “É uma embarcação cara e eu já investi um valor considerável. Percebi, sem ninguém me dizer, que o banco me tirou da jogada”, explica.
O réu garante que não tem nenhum envolvimento com os fatos investigados e que tudo o que fez foi dentro da legalidade e recebeu pela prestação de serviços advocatícios ao arquiteto Antonio Carvalho, dono da área onde hoje está o Jardim Liberdade, e a quem o Estado pagou R$ 31 milhões de indenização pela desapropriação dos 97 hectares.
Carvalho, que é réu e delator do esquema, contou em audiência que o acordo com o advogado era para que ele ficasse com 25% do valor da desapropriação. Mas que, depois que lhe foi exigido a metade do montante pago para ser devolvido ao grupo, ele tentou negociar para que o advogado cobrasse um valor menor pelos serviços.
Levy Machado concordou em ser pago por 25% do valor que o dono da área recebesse. Ou seja, um quarto dos R$ 15 milhões recebidos pelo réu.
“Eu apenas recebi os meus honorários contratuais e ainda não recebi tudo, pois abri mão de 50% para ajudar meu cliente”, ressalta. Indagado sobre o valor, Levy não responde, mas com base nas informações repassadas, o advogado recebeu aproximadamente R$ 3,7 milhões pelo serviço prestado na tramitação para recebimento da indenização da desapropriação.
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