O empresário Alan Malouf afirmou que Julio Modesto teria permanecido no Governo do Estado porque "sabia demais" por ter sido o "coração financeiro" da campanha de Pedro Taques a governador, em 2014. A revelação está presente na colaboração premiada de Malouf, divulgada nesta sexta-feira (19) após a derrubada do sigilo de seu conteúdo autorizada pelo ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alan Cosme/HiperNoticias
Alan Malouf apontou Júlio Modesto como coração financeiro
Júlio Modesto permaneceu no Governo do Estado do início de 2015 até junho deste ano. Ele comandou por três anos a Secretaria de Gestão (Seges) e em março de 2018 assumiu a Casa Civil, no lugar do deputado estadual Max Russi (PSB), que havia deixado a pasta para disputar a reeleição.
Quando deixou o cargo, Modesto justificou dizendo que havia recebido uma proposta irrecusável para trabalhar em uma multinacional. Alan Malouf aponta que o ex-secretário era o responsável por cuidar da questão financeira da campanha e que coube a ele, por exemplo, detalhar os pagamentos que deviam ser feitos oficialmente e "por fora".
"Julio Modesto foi quem efetivamente coordenou a questão financeira contábil da campanha. Ele foi responsável por cuidar efetivamente da questão financeira da campanha, incluindo os pagamentos oficiais e os "por fora". Foi Júlio o responsável pela confecção das planilhas que anexam este petitório, bem como a prestação de contas perante o TRE-MT", diz Alan Malouf, na delação.
Segundo o empresário, Júlio Modesto permaneceu por todo este período na gestão do governador Pedro Taques porque sabia demais. "Júlio ainda está no Governo porque sabe muito, já que foi o coração financeiro da campanha, pois do contrário já teria sido desligado da gestão", aponta Malouf.
Ele ainda destacou que o ex-secretário de Estado de Fazenda (Sefaz), Paulo Brustolin, deixou o Governo do Estado em junho de 2016 por medo de que possíveis escândalos pudessem atingir a gestão de Pedro Taques.
"Paulo Brustolin teria saído do governo porque escândalos estariam muito próximos e o mesmo tinha receio de estar no governo neste momento", afirmou.
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