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Segunda-feira, 11 de Junho de 2018, 14h:28

Urna eletrônica de “cabresto”

A nossa urna eletrônica é totalmente infalível a ação destes meliantes cibernéticos?

PEDRO FÉLIX

Historiador Pedro Félix

 

Lá pelos anos de 1989, numa tarde ensolarada na Praça de Santana (Hoje Praça da República), no Rio de Janeiro, uma ala do exército perfilou-se a frente de um doente Marechal montado em seu cavalo, e gritaram: “Viva a República”. Começou aí a tal da proclamação da República do Brasil em 15 de novembro de 1989. Um golpe do Marechal em seu amigo D. Pedro II, mas, que não tinha mais sustentação social. Desacreditado pele igreja católica, pelos militares e pelos homens do agronegócio da época.

 

A concepção de República, grosso modo era que o povo e não mais a aristocracia, (a nobreza, os mais abastardo) dominassem a vida política no Brasil. No entanto, nada mudou.

 

Dois anos depois, em 1891, a República teve sua primeira constituição e por mais de 30 anos vivemos a República Velha (1889-1930). Este período é conhecido entre outras coisas por muitas revoltas populares, miséria e grave concentração de renda a poucos.

 

A escolha dos representantes era restrita ao universo masculino, maior de 21 anos, alfabetizados não religiosos ou praça militares.  O voto era aberto, o que indicou uma realidade perversa de candidaturas e eleitos de acordo com o grupo político de plantão, ou seja, os homens do agronegócio (Proprietários de terras ligados ao café ou ao gado, espalhados pelo Brasil). Alcunhados de coronéis, estes eram os políticos da época. Ao se candidatarem, já sabiam de antemão que seriam eleitos, pois as urnas já viam com a cédulas prontas com seus respectivos nomes nas mesmas. A fraude com o tempo foi sendo desfeita e o voto secreto foi implantado no Brasil nas eleições de 1934.

 

A inserção de mais pessoas no processo eleitoral, o que pressupõe inclusão social e participação efetiva na política brasileira, foi paulatinamente sendo incluída de 1934 para cá. O analfabeto, a mulher, a mudança de 21 para 16 anos, são situações que visibilizam alterações no cenário nacional.

 

Em 1996, de forma massiva o Brasil inovou seu processo eleitoral, com a introdução da Urna Eletrônica.  Sua participação no universo eleitoral é vista como um alívio na demora de contagem dos votos e supriu violentamente o tempo entre a votação e o resultado das eleições. A verdadeira “Panaceia” grega, remédio para todos os males.

 

O Brasil, que, como País de terceiro mundo, ou subdesenvolvido, exporta para o resto do mundo uma tecnologia inovadora que acabava com velhos problemas do período eleitoral:  Tempo efetivo de votação e apuração.

 

Mas..., porém, todavia, contudo, tem algo que não bate nesta soma de resultados. Para adentramos neste “Métier”, temos que pensar nas questões, “segurança” e “confiança”.

 

No plano da segurança temos que nos remeter a ação dos hackers, estes seres inteligentíssimos que conseguem furar o bloqueio de muitos sistemas de informática pelo mundo afora. Conseguem adentrar em sistema ultra eficientes de bancos, de governos e “bisbilhotam” informações, modificam ou retiram o que bem querem. Os vírus, são uma das formas que usam para adentrarem nos sistemas, entre outras formas. Nenhum sistema é totalmente infalível da ação destes “Nerds”. A nossa urna eletrônica é totalmente infalível a ação destes meliantes cibernéticos? Quantos ataques sofreu o sistema do TSE e quantos foram bem-sucedidos?  Ou foram todos fadados ao fracasso? Qual autoridade confiável tem estes dados?

 

O que estão nos dizendo, com o resultado dos pleitos deste o século passado (1996) é que o sistema de recebimento de votos por via eletrônica é totalmente confiável, e que até o presente momento não houve um ataque sequer que alterasse o resultado real dos votos de qualquer brasileiro. Particularmente tenho minhas dúvidas.

 

Outro aspecto a se considerar é no terreno da confiança. Você confia em político brasileiro? Há possibilidade de um Pen drive, ou um comando dentro do sistema fazer mudanças necessárias para que candidatos devidamente acertados no núcleo duro do poder, possam ser antecipadamente eleitos, independente do voto do leitor?  Absurdo este pensamento? Olhe em volta, vejam as ligações perigosas do judiciário, com o executivo e legislativo. Vivemos um descrédito político social que dá asco. Não há saída  sem uma atitude radical.  Ser radical é ir na raiz do problema.

 

Caro leitor (a) e eleitor (a), não importa em quem você vota, a urna já sabe quem será eleito e prestem atenção, as pesquisas são também fraudulentas e já antecipam os futuros (des)governantes de 2019.

 

Não sofra com isso, aceite.

                 

*PEDRO FÉLIX é Historiador e estudante de Direito da FCR- Cuiabá.