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Quinta-feira, 17 de Maio de 2018, 16h:40

Ex-deputado Pedro Henry elaborava projetos para desvios no Detran

JESSICA BACHEGA

Afastado de cargo político há anos, o ex-deputado federal Pedro Henry é citado como o responsável por elaboração de projetos e escolha de empresas para atuar no esquema criminoso existente no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Usando sua influência política, o ex-parlamentar realizava as atividades ilegais a fim de ser beneficiado pela propina paga pelas empresas.

 

Marcos Lopes / AL-MT

pedro henry - cpi das OSS

 Ex-deputado Pedro Henry

De acordo com a denuncia do Ministério Público Estadual (MPE) oferecida contra 58 investigados na Operação Bereré, “a investigação demonstra que, não obstante no início de seu envolvimento com a agremiação delituosa em tela estivesse no exercício do mandato, Pedro Henry Neto concorria para as atividades da organização criminosa sem se valer das atribuições ou do poder político”. 

 

Narra a denúncia que Henry atua idealizando projetos que envolvam a assinatura de contratos administrativos, pautados em licitações direcionadas, de empresas particulares com o Detran, bem como agenciando, confabulando para sua assinatura em troca de vantagens pecuniárias pagas pelas empresas contratadas pela autarquia estadual de trânsito.

 

O ex-deputado não aparece diretamente ligado ao esquema, quem agia em prol de seus interesses seriam o advogados Marcelo da Costa E Silva e Antonio Eduardo Da Costa e Silva. Com a ajuda da dupla, Pedro Henry tinha todas suas ordens atendidas a fim de garantir o funcionamento da engrenagem criminosa.

 

O jurista Marcelo da Costa atendia às suas exigências fazendo contatos com outros membros da organização; promovendo e participando de reuniões onde são tomadas decisões a respeito de atividades ilícitas operadas no âmbito do Detran. Também cabia a ele o repasse da propina paga pela empresa EIG Mercador para a Santos Treinamentos, do qual era sócio, e para os integrantes do grupo criminoso.

 

Operação Bônus 

 

A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, seis mandados de prisão preventiva contra o ex-secretário Paulo Taques, do seu irmão e advogado Pedro Jorge Taques, os empresários Valter Jose Kobori, Mauro Savi e os empresários Roque Anildo Reinheimer. Também foram cumpridos cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.

 

A ação é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para desvio de recursos públicos.

 

A Bereré é desdobramento da delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, mais conhecido como Dóia. Ele teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FD/EIG Mercados responsável pelo registro de contratos de financiamentos de veículos. Parte do valor arrecadado era distribuído entre integrantes do esquema.