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Quarta-feira, 09 de Maio de 2018, 08h:53

Deputado preso nesta quarta desafiou Ministério Público após primeira fase da Operação Bereré

FELIPE LEONEL

Antes de ser preso, na manhã desta quarta-feira (9) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o deputado estadual Mauro Savi (DEM) desafiou o Ministério Público Estadual (MPE). A declaração se deu um dia após agentes do MPE e Polícia Civil realizarem busca e apreensão em sua residência, no dia 19 de fevereiro deste ano.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

mauro savi

 

“Quero dizer aos que estão torcendo [contra] que não tenho medo nenhum da CPI nem do MP”, afirmou o deputado, no dia 20 de fevereiro (terça-feira), ao encerrar uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos.

 

“Vou continuar a frente [da CPI dos Fundos] com as mesmas convicções. Respeitando a todos, mas sem medo nenhum. Tenho ainda um mandato a terminar e vou concluir olhando nos olhos das pessoas. Se tiver de responder a vocês, eleitores, será nas urnas. Agora, se acham que vão me meter medo, esquece”, disse, na única oportunidade na qual se manifestou sobre o tema.

 

Ele também acrescentou ter sido eleito com voto de 55.333 mato-grossenses, além de estar no quarto mandato de deputado estadual. Ademais, Savi disse que nada o assustava e iria responder as supostas ilações de delatores na Justiça.  Para o Ministério Público, o parlamentar era dos líderes da organização criminosa.

 

Operação Bônus

 

A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.

 

A ação é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para desvio de recursos públicos.

 

A Bereré é desdobramento da delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, mais conhecido como Dóia. Ele teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FD/EIG Mercados responsável pelo registro de contratos de financiamentos de veículos. Parte do valor arrecadado era distribuído entre integrantes do esquema.

 

Contrato resindicido

 

Por determinação do governador Pedro Taques (PSDB), o Estado rescindiu contrato com a empresa investigada e assumiu os serviços antes realizados pela FDL/EIG Mercados.