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Sábado, 14 de Abril de 2018, 14h:23

Desembargadores do TJ protagonizam ‘bate-boca’

FELIPE LEONEL

O julgamento de um agravo para desbloquear R$ 27,7 milhões das contas de investigados na ‘Operação Bereré’, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ocasionou um ‘bate-boca’ entre os desembargadores Orlando Perri e Alberto Ferreira de Souza. A discussão teria ocorrido na última sessão do Pleno do Tribunal de Justiça.

 

Alan Cosme - HiperNotícias

Tribunal de Justiça sessão dos grampos

 

De acordo com reportagem do jornal A Gazeta, que teve acesso aos áudios da sessão, a qual não foi transmitida ao vivo, o clima teria ficado mais quente quando o advogado Cláudio Alves, representante da empresa União Transportes, teria pedido para a solicitação de desbloqueio de R$ 800 mil de seu cliente fosse julgado em separado do julgamento da EIG Mercados.

 

Aberto Ferreira e Orlando Perri discordaram sobre a necessidade de o relator do processo, desembargador José Zuquim Nogueira, estar presente no pleno para decidir sobre o assunto. José Zuquim iria apresentar voto, julgando os dois casos simultaneamente. Segundo a reportagem, Perri identificou um ‘tom de ironia’ e alfinetou o colega.

 

“Vossa Excelência vote do jeito que quiser. O meu voto é técnico”, afirmou Perri, com o tom de voz aumentado.   

 

“Vossa excelência não altere a voz comigo. Não altere a voz comigo, que eu não sou seu filho”, teria esbravejado Alberto Ferreira.

 

De acordo com o jornal, os presentes no local tiveram de conter Alberto Ferreira, enquanto o desembargador Orlando Perri se ausentava do Plenário. A presidente da sessão, desembargadora Marilsen Addário, suspendeu o julgamento. O advogado Claudio Alves pediu “perdão” por afirmar que a desembargadora Cleuci Terezinha Chaga estava de “brincadeira”.

 

Operação Bereré

 

A Operação Bereré é um desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), Teodoro Lopes, mais conhecido como Dóia. Segundo a delação, a empresa EIG Mercados (antiga FDL Serviços) pagava vantagens indevidas a políticos e empresários por meio de empresas fantasmas.  

 

A empresa era responsável por registrar contrato de financiamento de veículos novos junto ao órgão. Entretanto, o governador Pedro Taques (PSDB) determinou intervenção do órgão e reassumiu os serviços por meio dos funcionários do órgão estadual de trânsito. O esquema também foi confirmado na delação do ex-governador Silval Barbosa.