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Terça-feira, 13 de Fevereiro de 2018, 20h:41

Irmã de agente baleado diz que vítima estava no corredor do PSM; Prefeitura nega

LUIS VINICIUS / MAX AGUIAR

A irmã do agente penitenciário D.P.P., 33 anos, baleado na troca de tiros que ocorreu na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Morada do Ouro, disse que mesmo ferido, a vítima está aguardando exames e a retirada da bala, no corredor do Pronto-Socorro de Cuiabá. Indignada, a mulher, que preferiu não ser identificada, disse aos jornalistas que "se fosse bandido, já tinha sido atendido. Mas meu irmão é homem de bem, por isso está jogado no corredor". 

A informação, relatada pela irmã da vítima, é negada pela assessoria da Secretaria de Saúde, que acompanhou o caso de perto e disse que nenhum dos feridos ficou aguardando atendimento no corredor do PSM. 

 

Alan Cosme - HiperNotícias

Pronto Socorro de Cuiabá agepen

 

A entrevista foi concedida na porta do Pronto-Socorro, quando a mulher disse que seu irmão levou dois tiros, sendo um no fêmur e outro nas nádegas, e nem raios-x havia sido feito. 

 

"É uma coisa que precisa ser enfatizada. Meu irmão tá no corredor. É muito complicado. Se fosse bandido baleado, com certeza já havia sido operado", afirmou. A mulher ainda completa, que o ato de tentativa de resgate de preso, na UPA da Morada do Ouro, não é novidade. 

 

"Essa é a segunda vez que tentam resgatar preso lá. E sabiam da periculosidade do criminoso. Ele alegou dores e foi levado por três agentes até ao hospital. Chegando lá, tinha gente armada preparada pro resgate. Poxa, três agentes, contra vários bandidos e a PM nem deu apoio. Isso precisa ser revisto pela Secretaria de Justiça e de Segurança Pública. O preso é perigosíssimo e só três estavam na escolta. Agora, meu irmão tá vivo. Imagina se ele tomasse um tiro na cabeça, no peito. O que iriam dizer? A culpa seria de quem?", questiona a irmã do agente. 

 

O crime

 

Na tentativa de resgate, bandidos fortemente armados invadiram a unidade de saúde atirando e atingiram uma enfermeira que trabalhava na UPA e um bebê. De acordo com o presidente do Sindspen, a enfermeira se chama Rosemeire e levou um tiro na perna. Ela está internada no Pronto Socorro de Cuiabá e passa bem. A enfermeira está acompanhada do esposo, que também é policial. 

 

O caso aconteceu por volta das 17h30 desta terça, momento em que o local estava lotado de pacientes aguardando atendimento. De acordo com o presidente do Sindspen-MT, a tentativa de fuga foi frustrada pelos agentes, que trocaram tiros dentro da unidade hospitalar.

 

O agente D.P.P foi baleado, na troca de tiros e segue internado junto com as outras quatro pessoas. O preso a ser resgatado é José Edmilson FIlho, 31 anos, condenado por tráfico de drogas e investigado por oito homicídios e um sequestro. Ele é considerado preso de alta periculosidade. Ele responde por oito homicídios, tentativas de homicídios, sequestro, tráfico de drogas e associação para o tráfico. 

 

Outro lado

 

Atualizada às 07h40 - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que os atendimentos aos cinco feridos do incidente na Unidade de Pronto Atendimento 24horas UPA Morada do Ouro, foram  totalmente acompanhados pela SMS, inclusive pessoalmente pela secretária Municipal de Saúde, Elizeth Araújo, pela secretária adjunta Dubia Beatriz, assessoria e toda a equipe médica do PS. 

 

Em nenhum momento o paciente citado esteve alojado nos corredores do PS, exceto quando precisou ser locomovido para a realização de exames. Todos os pacientes foram amplamente atendidos nas salas de estabilizações, amarela e vermelha e, quando necessário nos centros cirúrgicos e, após isso, os que necessitaram foram encaminhamos para a UTI do próprio Pronto Socorro. 

 

Além disso, cabe ressaltar que as vítimas, especialmente o agente estavam o tempo todo sendo acompanhados por equipes da Secretaria de Justiça (Sejud), Polícia Militar e Civil. Ambos faziam e ainda fazem a segurança do local, não permitindo a entrada de pessoas não autorizadas  no âmbito das internações dos feridos. Isso foi feito durante os atendimentos na presença da secretária de Saúde e continuará sendo feito para garantir a segurança das vítimas que ainda estão no local. 

 

Cabe reforçar que todos os pacientes receberam os atendimentos necessários com o máximo de atenção das equipes médicas e nenhum deles, a priori, corre risco de morte. Inclusive, alguns deles já receberam alta hospitalar. Apenas dois casos são considerados graves para a equipe médica sendo eles a criança de seis meses que está sob os cuidados da equipe na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica e uma mulher de 33 anos que também está na UTI. Para a segurança das vítimas não divulgaremos os nomes.