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Sábado, 06 de Janeiro de 2018, 16h:53

"Não tenho nada a ver com esse mar de lama", diz Emanuel sobre vídeo recebendo dinheiro

FELIPE LEONEL

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), garantiu não ter "nada a ver" com o escândalo de corrupção, divulgado em rede nacional, de deputados estaduais recebendo propina para apoiar o ex-governador Silval Barbosa. Na delação do ex-governador, foram anexados vários vídeos de políticos recebendo dinheiro na sala do ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Correa. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

emanuel pinheiro

 

O prefeito é um dos políticos mostrados nos vídeos enchendo os bolsos do paletó com maços de dinheiro, chegando inclusive deixar um maço cair no chão. Depois da divulgação do vídeo, foi noticiado que o dinheiro seria para o irmão de Emanuel, Marco Polo Pinheiro, para custear uma pesquisa realizada pelo Instituto Mark.

 

“Eu não tenho nada a ver com todo esse mar de lama que foi divulgado em nível nacional. No momento adequado eu vou falar com vocês sobre isso. Agora eu quero falar é de Cuiabá, Cuiabá, mil vezes Cuiabá”, desconversou Emanuel, após ser pressionado por jornalistas na posse do novo secretário de Habitação e Regularização Fundiária, o defensor público Air Praeiro. 

 

Questionado se iria comparecer para prestar depoimento caso convocado, o prefeito prometeu avaliar a questão em um “momento oportuno”. “Eu não quero falar sobre isso, em virtude de que eu tenho muita coisa para mostrar para Cuiabá. Muitas ações para mostrar para nossa cidade, muitas ações sendo lançados e essa é a prioridade”, disse.

 

“É ruim, mas como eu sei que nada tenho a ver com isso, me resta a provar na Justiça, eu vou provar. Enquanto isso vou trabalhar cada vez mais por Cuiabá, é isso que o povo espera de mim. Me dedicar dia e noite, de corpo e alma, para melhorar a vida das pessoas”, completou.

 

Desdobramentos

 

O vídeo de Emanuel recebendo dinheiro foi divulgado no Jornal Nacional no dia 24 de agosto de 2017. Em um desdobramento da delação “monstruosa” do ex-governador Silval Barbosa, o prefeito também foi alvo da Operação Malebolge, na qual teve a residência vasculhada por agentes da Polícia Federal, por determinação do ministro do STF, Luiz Fux.

 

A Câmara de Vereadores de Cuiabá também abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar se o prefeito, mesmo quando deputado, quebrou o decoro do cargo. O propositor e presidente da CPI é o vereador Marcelo Bussiki (PSB). A CPI também é composta pelo relator, o vereador Adevair Cabral (PSDB) e um membro, Mário Nadaf (PV).

 

Os vereadores definiram para os dias 7, 16, 21 e 23 de fevereiro as datas das primeiras quatro oitivas na investigação que apura também uma suposta tentativa de obstrução da Justiça por parte do prefeito. O servidor que instalou a câmera no gabinete de Sílvio Correa, Valdecir Cardoso de Almeida, será o primeiro ouvido, no dia 7.

 

No dia 16 de fevereiro será a vez do ex-chefe de gabinete do Palácio Paiaguás, Silvio César Corrêa. No dia 21, será ouvido o ex-secretário Allan Zanata, uma vez que ele foi o responsável por gravar um áudio junto a Silvio Corrêa, encontrado pela Polícia Federal, na casa de Emanuel Pinheiro, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão da Operação Malebolge.

 

Por último, no dia 23, será a oitiva do ex-governador Silval Barbosa.