No próximo mês o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passará por Mato Grosso em caravana, no entanto a data ainda não está confirmada. A informação foi prestada pela assessoria do presidente estadual do PT, deputado estadual Valdir Barranco. O trajeto de Lula em Mato Grosso compreende as cidades de Cuiabá e Juína. Já a assessoria do Instituto Lula afirma que ainda não há uma data definida, sendo mais provável que o petista desembarque no Estado apenas no próximo ano.
Marcos Lopes/HiperNotícias
“Lula, maior liderança política do Partido dos Trabalhadores, estará revisitando cidades brasileiras, neste caso da região da Amazônia. Vai levar a mensagem do PT de defesa das minorias e de busca por políticas públicas de adoção de direitos iguais para todas e todos os brasileiros”, informou a assessoria de Barranco.
Antes de vir a Mato Grosso, Lula cumprirá agenda em Rondônia. Em seguida, pegará um avião e pousará no município de Juína. Segundo Barranco, a escolha da cidade se deve ao simbolismo do PT que o local carrega. “Apesar de não ter sido a primeira prefeitura administrada pelo PT em Mato Grosso, o partido sempre foi forte na região com a administração do atual deputado federal Ságuas Moraes (PT) e agora do ex-deputado estadual e atual prefeito Altir Peruzo (PT). Na capital, a visita vai ajudar a fortalecer o partido na baixada cuiabana.", disse Barranco por meio da assessoria.
O roteiro de Lula em Mato Grosso contará com visitas a assentamentos, população indígena e discursos em locais abertos e fechados. O ex-presidente fez a sua última passagem pelo Estado há 5 anos, quando o então vereador Lúdio Cabral disputou a prefeitura de Cuiabá.
A caravana feita por Lula já percorreu 21 municípios de Minas Gerais, no mês de outubro. Em vídeo disponibilizado na página do Instituto Lula, o ex-presidente afirma que a caravana nasceu ainda em 1989, quando disputou pela primeira vez a presidência da República.
“Eu só vou dar uma explicação de onde nasce a ideia das caravanas. Disputei as eleições em 1989, e depois que elas terminaram, descobri que nenhum candidato que disputa as eleições para presidente conhece o Brasil. Ou seja, o cara conhece por literatura, por notícia de jornal ou numa campanha, em que você pega um avião onde mora e desce numa outra capital, num aeroporto, pega um carro, vai para o palanque, faz um discurso, sem nem conhecer as pessoas que estão no palco. Então volta, pega avião e vai para outra cidade. Você termina não tendo noção dos problemas, da cultura, das desigualdades e de como vive cada pessoa em cada região. A partir de 1992, resolvi tomar atitude de viajar o Brasil para conhecer um pouco de suas entranhas, sua alma, a megadiversidade cultural que nós temos. Ou seja, são vários “Brasis” dentro desse 8,5 milhões de quilômetros quadrados que não se conhece”, explicou.
O ex-presidente ainda ponderou que a televisão brasileira não mostra a diversidade cultural existente no Brasil. “Então, resolvi conhecer. Nós fizemos a primeira caravana. Repeti o trecho que eu fiz quando vim para São Paulo em 1952, com sete anos, de ônibus até São Paulo. Depois nós fizemos do Oiapoque ao Chuí. Fizemos toda a parte do Nordeste. Também realizamos a do Sul, nós paramos em Dourado. Depois nós fizemos da Amazônia, sendo 15 dias de barco, e foi uma coisa muito interessante. E a partir daí, achei que a gente deveria revisitar o Brasil”.
Embora o ex-presidente Lula já tenha deixado claro suas pretensões políticas para 2018, a assessoria do deputado Valdir Barranco nega que a visita a Mato Grosso tenha cunho eleitoral. “Não há que se falar em campanha, visto que o período eleitoral sequer começou e não há nomes registrados para a disputa, sequer poderia haver sob pena de desrespeito às leis eleitorais”.
O Partido dos Trabalhadores historicamente sofre dificuldades em garantir boa votação em Mato Grosso. No entanto, em 2003, quando disputou o cargo de presidente com o tucano José Serra, Lula conseguiu garantir maioria dos votos no estado. O petista teve 54,51% dos votos válidos, enquanto o tucano conseguiu a preferência de 45,49% dos eleitores.