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Domingo, 12 de Novembro de 2017, 17h:39

Sindicalista afirma que greve de fome de detentos pode ser "pano de fundo" para novas fugas

LUIS VINICIUS

O presidente do Sindicato do Sistema Penitenciário (Sindspen), João Batista, disse que a greve de fome dos presidiários, desencadeada no início da semana em nove penitenciárias de Mato Grosso, pode ser uma forma para que as facções criminosas ganhem mais poder dentro dos presídios do Estado. O sindicalista contou que o protesto organizado pelos detentos podem ser apenas um "pano de fundo" para que haja fugas, casos de motim, Salve Geral e rebeliões.

  

Marcos Lopes/HiperNotícias

Forum Mato-grossense para Modernização e Humanização do Sistema Penitenciário/João Batista Pereira/JB

 

Na última segunda-feira (6), presidiários de nove presídios de Mato Grosso iniciaram uma greve de fome reivindicando falta de investimentos nas cadeias e o desleixo com o sistema prisional do estado. Dentre os pedidos estão melhoras no sistema de saúde, acréscimo no número de médicos e dentistas, diminuição da superlotação e o fim de algumas transferências que eles consideram ser “arbitrárias”.

 

“Eu não descarto que essa greve dos detentos, seja um ‘pano de fundo’ para que eles possam ter uma força maior. Também não descartamos a possibilidade de fuga, motins e até rebeliões. No entanto, as rebeliões e motim são de uma proporção menor, pois aqui nós temos um grupo de contenção para impedir que os presidiários se rebelam. Mas, as fugas são difíceis para intercepta-las e o nosso setor de inteligência já foi acionado para impedir que os presidiários fujam”, disse João Batista ao HiperNotícias.

 

Na madrugada de sexta-feira (10), um grupo de 26 presos fugiu da Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a Mata Grande, em Rondonópolis (215 km ao Sul de Cuiabá). Os bandidos atiraram contra agentes que estavam nas torres de segurança da penitenciária, jogaram explosivos no muro da unidade e ajudaram na fuga dos presos.

 

Dos 26 presos fugitivos, a Polícia Militar já recapturou cinco deles no Conjunto São José. Dois homens que deram apoio na fuga também foram presos no mesmo bairro. Com eles foram apreendidas 5 armas – quatro pistolas e uma espingarda calibre 12 utilizadas no apoio na fuga.

 

“A fuga dos presidiários da Mata Grande só foi concretizada, porque teve ajuda de pessoas do lado externo da penitenciária. Eles começaram a trocar tiros com os agentes que estavam na torre de segurança, enquanto isso um criminoso encostou de bicicleta em um muro e quebrou a parede. Logo em seguida, os detentos serraram as grades e fugiram. Por isso eu digo, essa greve de fome, pode um motivo para que eles possam ficar mais fortes”, concluiu Batista.

 

Fugitivos

 

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), divulgou uma lista com o nome e foto dos detentos que fugiram da penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, a Mata Grande, após a explosão de parte do muro da unidade na madrugada desta sexta-feira (10). Dentre os fugitivos estão assassinos, sequestradores e outros criminosos.

 

Na lista figuram 26 bandidos. Desses, quatro foram recapturados e fizeram pose ao serem fotografados na delegacia. São eles; Ismael Costa dos Santos, 23 anos, Cleverson Ferreira da Silva, 24 anos, Douglas Siqueira de Souza, 29 anos e Antônio Misael Silva Souza, 23 anos.