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Quarta-feira, 11 de Outubro de 2017, 18h:02

Perri decreta prisão de cabo Gerson e determina busca e apreensão

FELIPE LEONEL/ PABLO RODRIGO

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri, decretou, na tarde desta quarta-feira (11), a prisão preventiva do cabo da Policia Militar Gérson Luiz Correa Junior. O militar já está preso por participação no esquema de grampos ilegais e se encontra recolhido no Centro de Custódia da Capital (CCC). Ele é apontado como operador do esquema e era o responsável por produzir relatórios dos grampos.

 

cabo gerson luiz

 

Perri atendeu ao pedido dos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta após o empresário José Marilson da Silva, ex-sócio da empresa Simples IP, ter afirmado que o “Sistema Sentinela”, aparelho que realizava os grampos telefônicos, estaria sob os cuidados de Gerson Correa Junior. Já o empresário foi solto pela Justiça após colaborar com as investigações.

 

Gerson Correa já está preso desde o dia 23 de maio, quando foi encarcerado juntamente com o ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Zaqueu Barbosa. Após o pedido de prisão ser cumprido, o militar deve ser encaminhado para audiência de custódia na 11º Vara Criminal de Cuiabá.

 

Em sua decisão, o desembargador ainda determinou busca e apreensão na residência do cabo e autorizou a apreensão de todos os materiais, principalmente, os que podem ser utilizados com a finalidade de espionar, a exemplo de óculos, chaveiros, canetas e broches.  

 

“Ficam as autoridades policiais, e demais agentes responsáveis pelo cumprimento dos respectivos mandados, autorizados a apreender documentos de qualquer natureza, inclusive agenda pessoal, planilhas e quaisquer outros elementos de provas relacionados aos ilícitos narrados na presente representação”, determinou o magistrado.

 

SENTINELA

O projeto foi criado e desenvolvido pelos cabos da PM Euclídes Torezan e Gerson Correa Júnior quando trabalhavam no Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

 

Em depoimento à Corregedoria da Policia Militar, realizado no dia 27 de junho, o ex-secretário-adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Jorge de Barros, disse que colaborou com o aprimoramento do sistema de interceptações telefônicas denominado Sentinela.

 

Segundo ele, a colaboração foi técnica e ocorreu a pedido de Gerson. Barros contou que foi incluído no grupo de WhatsApp cujo nome também era Sentinela e que era administrado por Torezan. Lá, segundo o coronel, trataram exclusivamente de algumas sugestões para melhoria do sistema.

 

O ex-secretário-adjunto disse que, quando foi abordado, “não visualizou e não visualiza até o presente momento que o desenvolvimento do software não intrusivo seja ilegal, por isso concordou em ajudá-los”.

 

Preso no dia 23 de junho, Barros foi interrogado pelo também coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, que conduz o Inquérito Policial Militar responsável por apurar o caso dos grampos telefônicos ilegais praticados no âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso.

 

Conforme o depoimento, Ronelson Barros tomou conhecimento do sistema Sentinela em fevereiro de 2015, quando já não fazia mais parte do Gaeco e estava na Casa Militar. Barros cumpre prisão domiciliar, com uso de tornozeleira, desde agosto.