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Quinta-feira, 07 de Setembro de 2017, 08h:03

"Não permitirei que joguem dúvidas sobre a Polícia Militar", garante Taques ao defender comandantes

LUIS VINICIUS

Em meio à crise na institutição, o governador Pedro Taques (PSDB) fez uma defesa ferranha dos comandantes da Polícia Militar de Mato Grosso nomeados desde quando assumiu o governo, em 2014. Taques afirmou, na última terça-feira (05), durante a promoção de mais de 600 policiais militares, que todos os comandantes merecem respeito e que não vai permitir que niguém coloque dúvidas sobre o trabalho da Polícia Militar. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

pedro taques

 

"Como governador de Mato Grosso, eu assumi o comprimisso de fazer com que a Polícia Militar possa orgulhar o povo da nossa terra. Eu quero dizer ao comandante geral, coronel Marcos Vieira da Cunha, que topdos os comandantes da nossa administração merecem o nosso respeito. Não permitirei que joguem dúvidas sobre a Polícia Militar. Eu assumo esse compromisso nessa data em que a Polícia Militar completa 182 anos".

 

Recentemente, os coronéis Zaqueu Barbosa, Ronelson Barros e Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar, o tenente-coronel Januário Batista, e o cabo Gerson Correa Junior, todos da Polícia Militar de Mato Grosso, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE), por ação militar ilícita, falsificação de documento, falsidade ideológica e prevaricação.

 

Eles estariam envolvidos em um suposto esquema de escutas ilegais envolvendo policiais militares, que teriam quebrado sigilos telefônicos, de forma irregular, de jornalistas, advogados, políticos e agentes públicos. Os números foram inseridos em uma lista de suspeitos de tráfico internacional de drogas.

 

 O atual comandante-geral da PM, coronel Marcos Vieira da Cunha, ao assumir o cargo, no dia 29 de junho, disse que "a instituição é bem maior que o escândalo dos grampos ilegais”. “Sem dúvida a instituição não está abalada. A corporação é bem maior do que tudo isso", disse. 

 

Inquérito civil

 

O promotor de Justiça, Roberto Turin, abriu inquérito civil para apurar possíveis atos de improbidade administrativa por parte dos militares Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Jorge de Barros, Januário Batista e Gerson Correa Júnior, principais suspeitos de comandarem a central de interceptações telefônicas clandestina no âmbito na Policia Militar de Mato Grosso. O pedido de investigação foi assinado no dia 1º de setembro.

 

Atualmente apenas o coronel Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Correa Júnior continuam presos. os dois foram os primeiros a serem detido no caso, por decisão do desembargador Orlando Perri do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Eles foram presos no dia 23 de maio.

 

Já os coronéis Evandro Alexandre Ferraz Lesco, chefe da Casa Militar; Ronelson Jorge de Barros, que é adjunto da Casa Militar, cumprem prisão domiciliar desde o dia 18 de agosto. Ambos foram presos no dia 23 de junho.

 

Já o tenente coronel Januário Antônio Edwiges Batista, que também foi preso dia 23 junho, está solto desde o dia 14 de julho, após colaborar com as investigações. 

 

Denúncia

 

A denúncia dos grampos ilegais foi oficializada à Procuradoria Geral da República (PRG) pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, em janeiro deste ano. Exatamente um ano e um mês após ter pedido demissão do cargo de secretário de Segurança Pública do Estado (Sesp).

 

Zaque alega que pediu exoneração do cargo após informar o governador do caso e ter exigido a exoneração do ex-secretário Paulo Taques, do comandante geral da Policia Militar de Mato Grosso, coronel Zaqueu Barbosa e de outros policiais e o governador não ter aceitado.

 

Já Pedro Taques nega que tenha tido conhecimento dos fatos e determinou ao secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, que investigue os fatos. Jarbas já solicitou o fim do termo de cooperação entre a Sesp e o Gaeco na utilização do sistema “guardião”, responsável pelas escutas telefônicas.

 

Taques também decidiu realizar uma representação contra Mauro Zaque na Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e no Conselho Nacional dos Ministérios Públicos (CNMP), por denúncia caluniosa, prevaricação e fraude em documentos públicos.