O “balanço” consiste justamente em saber o que há no estoque e o que está faltando. A gente também precisa fazer essa análise diariamente. Quais sentimentos e ações predominam? Há um equilíbrio? O que ainda falta? Percebo quais são minhas falhas e minhas virtudes? Apurei o meu olhar para me conhecer verdadeiramente ou ainda vivo uma situação ilusória?
Tirar uns minutinhos para avaliar o nosso comportamento durante o dia nos ajuda a sair do piloto-automático no qual nos colocamos sem ao menos perceber. Essa “correria” nos cega, entorpece e por muitas vezes, nos remove de onde realmente deveríamos estar, nos impede de sentir. Logo, temos dificuldade de saber por que razão algo nos agrada ou desagrada. Por vezes deixamos até de experimentar algo pela força que o “cabresto” social exerce sobre nós.
A atualidade nos impõe o que é ser bem-sucedido. Nos diz o que temos que adquirir até o limite dos 30 anos para ser considerada uma pessoa de “sucesso”. Essa lista contém necessariamente apenas bens materiais. E o que alimenta o espírito, a nossa essência, o que verdadeiramente somos, que posição ocupa em nossa vida? Quem se preocupa com isso? Teimo em dizer que estamos vazios. Nossa alma passa fome e é necessário nos atentar para essa realidade o mais rapidamente possível.
Não é sem razão que nos tornamos um grupamento social no qual é mais relevante ter que ser. No entanto, aos poucos esse panorama vai adquirindo novos contornos e vamos, a partir da tomada de consciência, pegando uma nova estrada e nos aproximando do trabalho árduo que é dilapidar o ser. Amor próprio, amor ao próximo, sororidade, solidariedade, compaixão, perdão, caridade são palavras que sintetizam essa caminhada.
Vamos fechar para balanço e descobrir o que precisamos desenvolver para ter um estoque equilibrado?
*Petu Albuquerque é uma mulher balzaquiana, observadora da vida, aspirante à psicoterapeuta reencarnacionista e que tem fé na mudança.