Dando continuidade às ameaças que se intensificaram na tarde da última terça-feira, hoje o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que talvez o alerta de "fogo e fúria" contra a Coreia do Norte "não tenha sido forte o suficiente". Embora os analistas internacionais considerem pequena a chance de um conflito entre os dois países, o fato é que investidores preferiram elevar suas posições em ativos defensivos, como dólar, reduzindo a exposição ao risco representado pela renda variável.
Embora tenha figurado em segundo plano, o cenário fiscal doméstico também foi apontado por profissionais do mercado como fator de desconforto entre os investidores. A expectativa pelo anúncio de uma revisão das metas fiscais para 2017 e 2018 foi adiada para a próxima semana. Segundo analistas, o aumento do rombo fiscal em 2017 (de R$ 139 bilhões para estimados R$ 159 bilhões) já estava relativamente precificado. Mas a revisão da meta de 2018 (R$ 129 bilhões) teria sido o motivo da insatisfação dos investidores, que temem a possibilidade de um novo rebaixamento, diante das dificuldades do governo de fazer avançar um ajuste fiscal.
A queda do dia foi puxada principalmente pelas ações da Petrobras, que acompanharam as fortes perdas dos preços do petróleo nos mercados futuros de Londres e Nova York. Petrobras ON e PN recuaram 2,51% e 2,44%, respectivamente.
As ações do setor financeiro também recuaram, refletindo tanto o movimento de aversão ao risco como o desconforto com o fiscal. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso no Ibovespa, encerrou o pregão em queda de 1,26%. Bradesco PN recuou 0,95%. A exceção foi Banco do Brasil ON, que alternou altas e baixas, mas chegou ao final do pregão em alta de 0,49%. Mais cedo, a instituição divulgou resultado financeiro do segundo trimestre, no qual apontou lucro líquido ajustado de R$ 2,649 bilhões, número 47,1% maior que o do mesmo período do ano passado. O dado ficou em linha com o esperado pelo mercado, mas foi bem recebido entre analistas.
(Com Agência Estado)
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