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Terça-feira, 08 de Agosto de 2017, 15h:46

Diversidade e transformação digital para o futuro

Mais da metade do mundo não tem acesso a internet e nem sabe o que é um smartphone

MARIA AUGUSTA RIBEIRO

 

Divulgação

MARIA AUGUSTA RIBEIRO

 

Outros olhares, novas experiências e realidades distintas, é isso que faz a diversidade ser um combustível tão poderoso para a construção de um legado onde o objetivo é a transformação digital das pessoas.

 

Como o próprio nome diz, diversidade significa variedade, pluralidade e tudo o que apresenta contexto múltiplo. Podemos ter diversidade cultural, de gênero e muitas outras. Mas será que estamos preparando nossos jovens e pessoas como eu e você para que a transformação digital seja apreciada por todos num futuro próximo?

 

A chamada transformação digital compreende a inclusão de todos em ambientes digitalizados, não apenas com acesso a internet, e sim com conhecimento adquirido, para que saibam utilizar a ferramenta da melhor forma possível.

 

O caso vai além do incentivo à infraestrutura ou à tecnologia. Os agentes que desejam esta mudança têm a obrigação de fazer sentido a muita gente, e quando digo “muito”, significa uma variedade de hábitos, culturas, sexo, credos e afins.

 

Imagine um ambiente de trabalho com profissionais com perfis sociais, cultuais, étnicos, de necessidades especiais e de gêneros cada vez mais misturados para impactar inovação.

 

Pense em instituições de ensino com perfis de alunos e professores tão variados que permitiria troca de experiências para inclusivas. Um universo acadêmico sem medo de novos formatos de ensino e buscando um futuro de pessoas psicologicamente ambientadas à pluralidade do outro.

 

Nações onde direitos e deveres fossem respeitados na individualidade do ser humano mais diversificado que pudesse, onde o gênero, a cultura os valores sociais e étnicos fossem levados em consideração para incluir a todos num contexto digital democrático.

 

Mas, qual a dificuldade do respeito a diversidade humana atual? Em tempos onde o presidente dos Estados Unidos acredita que diversidade de gênero, não exista a inclusão desses profissionais nas forças armadas de um país. Ou quando mais de 50% das mulheres nunca chegam ao cargo de CEO de uma empresa. Ou quando você destrata alguém pela cor de sua pele? Ou quando não aceita a religião do outro porque a pessoa veste um véu? Ou quando torce o nariz para alguém todo tatuado? Devemos estar atentos se estamos dispostos à diversidade tanto no real quanto no digital.

 

Novos formatos de relacionamento, conexão e diálogo devem ser o caminho para a tal da transformação digital que se pensa para um futuro próximo. Além disso, devemos fazer o dever de casa e observar se não desmerecemos o colega ao lado tão somente porque ele é muito diferente de você ou de mim.

 

Mais da metade do mundo não tem acesso a internet e nem sabe o que é um smartphone. E para que eles sejam incluídos como diversos e digitalizados, há a necessidade de infraestrutura e conhecimento para que absorvam a tecnologia.

 

O mundo digital e a diversidade humana precisam caminhar juntos para que debates, reflexões e opiniões diferentes sejam voz na jornada em busca da transformação online.

 

Orientação sexual, identidade de gênero ou diversidade cultural não garantem por si só a transformação digital pela diversidade. Isso depende de desenvolvimento de habilidade, competências e princípios para sermos reconhecidos.

 

Ok! Belicosa, o papo esta super filosófico, mas o que eu, que sou normal e incluído em contexto digital, tenho com isso? Ou, como posso mudar e transformar outras realidades?

 

As empresas, escolas e grupos de amigos que desejam mudança digital caminhado junto com a diversidade devem estar abertos à contratação de gente diferente e que se complemente; incentivar o conhecimento plural, explorar novas culturas, hábitos e formas novas de fazer as mesmas coisas; abraçar o colega que verbaliza sua identidade de gênero ou sua preferência sexual; colocar-se no lugar do outro quando sua opinião for diferente da do próximo, e buscar o equilíbrio entre o que é físico e o que é virtual para a construção de relações menos conectadas e mais interativas.

 

*MARIA AUGUSTA RIBEIRO é profissional da informação, especialista em Netnografia e Comportamento Digital -  Belicosa.com.br