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Sexta-feira, 28 de Julho de 2017, 10h:30

Motorista que atropelou e matou travesti no Zero KM será indiciado por homicídio doloso qualificado

MAX AGUIAR

Com base em depoimento de testemunhas e principalmente do vídeo, que foi mostrado com exclusividade pelo HiperNotícias na quinta-feira (27), a delegada Juliana Palhares, responsável pelo inquérito da morte da travesti Natália Pimentel, 20 anos, disse que o responsável pelo crime será indiciado por homicídio doloso e qualificado, sem dar chance de defesa para a vítima. 

 

 

Reprodução

travesti atropelada

 

Natália foi atropelada na manhã de segunda-feira (24) na região do Zero KM, conhecida pelo alto índice de prostituição e tráfico de drogas. Ela estava acompanhada de outra travesti quando foi morta.

 

Nas imagens do atropelamento, o carro, modelo Gol, acertou a vítima quando ela estava caminhando. "Ela foi pega de surpresa. O motorista tinha ciência que estava indo para atropelar a Natália pelas costas. Ele a pegou desprevenida. O impacto foi tão forte que ela foi arremessada para calçada", disse a delegada Juliana.

 

A policial ainda confirmou que o caso só não está sendo investigado pela Delegacia de Trânsito, porque foi um atentado com intenção de morte e não apenas um acidente onde o condutor acaba matando a vítima sem nenhuma pretensão. 

 

Ouvido e liberado

 

Alan Cosme/HiperNoticias

delegada juliana chiquito palhares

Delegada Juliana Palhares está a frente das investigações

Na quarta-feira (26), a delegada Juliana Palhares ouviu uma pessoa, que seria principal suspeita de ter cometido o crime. Porém, o homem negou qualquer envolvimento e principalmente contou que seu histórico de trajeto no dia do crime não o faz passar em nenhum momento na região do Zero Quilômetro.

 

Para a delegada, as informações de testemunhas e principalmente o vídeo, faz crer que o interrogado não faz parte da cena crime. Porém, assim que o verdadeiro autor for descoberto ou se apresentar na delegacia, ele será autuado por homicídio doloso qualficado e tentativa de homicídio.

 

"Ele será autuado por esses crimes, justamente porque matou uma pessoa e ainda tentou matar outra, pois a segunda travesti só não morreu porque conseguiu sair da rua e correu para a calçada. O fator da qualificadora do caso é motivo torpe, porque ele teria matado a Natália justamente porque ela não aceitou fazer um programa sexual pelo valor de R$ 17", explicou a delegada.

 

Até o momento não há mandados de prisão nem flagrante direcionado a nenhum suspeito que se relacione ao caso.

 

Manifestação

 

Na tarde desta sexta-feira (28) travestis que trabalhavam com Natália, amigos e familiares da vítima, prometem fazer um protesto na porta da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, na Prainha, para pedir a prisão do verdadeiro assassino.

 

Pelo menos 50 pessoas são esperadas no ato.  

 

Veja o vídeo do atropelamento