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Quarta-feira, 28 de Junho de 2017, 11h:35

Paciente com doença crônica ganha festa de 15 anos de funcionários do Julio Müller

CAMILLA ZENI

Diversas meninas sonham com seu aniversário de 15 anos, fazem planos pensando em cada detalhe. É um momento de realização. Assim, também, é a jovem Cândida Mariana da Silva. No entanto, por uma doença crônica e pela situação socioeconômica de sua família, a menina quase não realizou o sonho. Quase. Porque na terça-feira (27), a adolescente viveu um verdadeiro dia de princesa, promovido por funcionários da ala de pediatria do Hospital Universitário Julio Müller (HUJM).

 

Alan Cosme/HiperNoticias

15 anos varzea grande shopping

Adolescente com doença crônica comemora 15 anos  

Teve salão de beleza e coroa, escolha de vestido e até uma limusine, além de príncipes e princesas. O espaço da festa foi no buffet Casa da Criança, com playground para muita brincadeira. A decoração da mesa? Impecável. E uma caixa recheada de presentes a esperava. O conto de fadas de Cândida estava completo.

 

A festa especial foi fruto de esforços da equipe médica da pediatria, que não pensou duas vezes em realizar o sonho da menina, angariando recursos com bazar e realizando parcerias com empresas.

 

A coordenadora da Classe Hospitalar, Valéria Melli, comentou que a menina havia mencionado sobre o aniversário na época do Natal, e, após questionar a família sobre a festa, que informou que não teria condições de promove-la, a equipe decidiu abraçar a causa.

 

Segundo explicou, o HUJM tem um projeto que prioriza todas as necessidades da criança que oportunizem a recuperação da saúde. “O Aniversariante do Dia é um projeto legitimado dentro do hospital e a gente faz tudo o possível para conseguir realizar os desejos”, observou.

 

Além da equipe médica do hospital, a família de Cândida estava toda presente para acompanhar a festa. A irmã mais velha da menina, a estudante de Direito Khetily da Silva, de 25 anos, comentou com alegria sobre o presente recebido. Segundo ela, foi uma surpresa tanto para a adolescente quanto para ela.

 

“O hospital preparou tudo e foi uma surpresa para todos. A gente não sabia de nada e ficou tudo maravilhoso. O Julio Müller sempre cuidou dela muito bem”, disse.

 

 

A doença

Cândida poderia ser apenas mais uma menina tendo apenas uma festa, não fosse pela condição em que se encontra. Aos seis anos, ela foi diagnosticada com bronquiolite obliterante fibrosante cor pulmonale, em decorrência de uma bronquiolite não curada, e, desde então, vive em tratamento no hospital.

 

Conforme Khetily, a irmã caçula sempre sofreu com doenças e esteve internada em hospitais. Ela lembra que, desde os três anos de Cândida, a família vivia na correria em leva-la ao Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, onde ficava em observação em decorrência de uma série de pneumonias.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

15 anos varzea grande shopping

 

“Ela já chegou a ficar internada por quase um ano inteiro, e só conseguimos descobrir a real doença dela quando um anjo nos ajudou, conseguindo a transferência dela para o Julio Müller”, comentou a irmã.

 

A doutora Sandra Breder Assis, chefe da pediatria do HUJM e médica responsável pelo acompanhamento de Cândida, explicou que a doença é delicada e acarreta em uma série de problemas.

 

Segundo ela, a condição clínica é decorrente de uma inflamação das vias respiratórias, que são muito finas. A médica ponderou que, quando os brônquios se recuperaram, aconteceu um estreitamento das vias, o que ocasionou insuficiência respiratória.  

 

“Em razão da obstrução das vias que leva o ar para o pulmão, ela não consegue levar oxigênio para o coração, pulmão, etc. O coração dela é muito sobrecarregado. Então ela tem insuficiência respiratória e cardíaca”, observou.

 

Uma solução apontada para a doença é o transplante de coração e pulmão, conforme a médica pediatra. No entanto, em razão do estágio em que a adolescente se encontra, não é indicado para ela.

 

“Ela chegou até nós já num estágio muito avançado. Tratamos ela desde os seis anos, e não é fácil identificar a doença”, explicou. Quanto a aparência da adolescente, que tem um corpo frágil e de menina, a médica explicou que é em decorrência de uma situação chamada “insuficiência da hipófise”, que também está ligada à falta de circulação do oxigênio para os tecidos e células.

 

Apesar do estágio avançado da doença, Cândida já leva uma vida mais tranquila em relação às idas ao hospital. Embora sofra com algumas crises de insuficiência respiratória, quando precisa ficar internada, atualmente ela faz tratamento apenas uma vez ao mês, e, para conseguir se locomover, utiliza um cilíndro de oxigênio.