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Sexta-feira, 28 de Abril de 2017, 15h:48

"Temer, ladrão! A previdência não" é o grito dos manifestantes na reta final do protesto

JESSICA BACHEGA/RAYANE ALVES/RENAN MARCEL

Manifestantes contrários às reformas promovidas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) se reúnem neste momento na Praça Ipiranga, no centro de Cuiabá, para protestar contra as medidas. O ato faz parte da greve geral convocada por diversos movimentos sindicais em todo o Brasil. 

 

Alan Cosme/Hipernotícias

greve praça ipirança

 Concentração na Praça Ipiranga

Líderes sindicais discursam contra a classe política mato-grossense, principalmente os da bancada federal que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e que agora apoiam a gestão de Temer, considerada ilegítima pelos manifestantes. A tônica do discurso é lembrar os trabalhadores que os políticos foram "traidores" ao votarem de forma favorável à reforma trabalhista.    

                   

Vestidos de vermelho, os trabalhadores levantam bandeiras de protesto e cartazes. Em alguns deles os deputados federais de MT são chamados de traidores.

 

Os gritos de guerra reforçam o "fora Temer" e também o "fora Taques". Sindicatos lembram o desgaste do governo estadual com a classe doa servidores públicos por conta do parcelamento da Revisão Geral Anual (RGA) em 2016.

 

A ex-senadora Serys Slhessarenko (PRB) é uma das pessoas públicas presentes na manifestação. Ela afirma que o protesto é necessário para que os direitos trabalhistas sejam preservados.

 

O ex-juiz federal Julier Sebastião ( PDT) também esteve na Praça Ipiranga. Ele apoia os trabalhadores protestantes e diz que o governo Temer não tem legitimidade para alterar direitos trabalhistas. 

 

A passeata contra a reforma trabalhista e previdenciária começou às 16h05. Os trabalhadores com uniformes da Companhia que presta serviços de abastecimento de água e tratamento da rede de esgoto, CAB Cuiabá, vão na vanguarda. Segundo os organizadores, o manifesto vai ocupar a Av Prainha e ir até a Avenida Getúlio Vargas. 

 

Conforme informações da Polícia Militar, cerca de oito mil pessoas participam da manifestação.

 

Representante do Fórum Sindical, James Jaudy lembra que o ato foi todo organizado pelas redes sociais. Na internet, o número de pessoas que confirmaram presença chega a 20 mil.

 

A presidente da Central Sindical Brasileira (CSB), Diane Dias, por sua vez, ressaltou que a reforma trabalhista é extremamente prejudicial para as mulheres, porque aumenta a jornada de trabalho e o tempo de contribuição para conquistar o direito à aposentadoria.

 

Para João Dourado, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a greve desta sexta-feira (28) é a maior das que já foram organizadas em Mato Grosso, considerando a adesão de diversos segmentos sociais e categorias de sindicato.

 

A Polícia Militar e os agentes de trânsito da Capital acompanham o ato, garantindo a segurança da manifestação que ocupam as avenidas Prainha, Getúlio Vargas e Isaac Póvoas.

 

Conforme informações dos manifestantes, o trajeto inicial previa o retorno à Praça Ipiranga por meio da rua Barão de Melgaço. No entanto, devido a grande quantidade de pessoas no manifesto, o roteiro foi alterado. Agora seguirá até o Chopão, para depois descer a Isaac Póvoas.

 

O representante do Movimento LGBT, Clovis Arantes, informou que além de manifestar contra a  Reforma Trabalhista os membros buscam protestar contra a medida de retirar a orientação de gênero das grades curriculares . Eles também clamam por mais empregos, saúde, moradia e menos preconceito. Cerca de 120 pessoas do movimento engrossam a passeata.

 

A chacina  na zona rural do município de Colniza e os altos índices de violência contra a comunidade LGBT também tiveram espaço garantido no protesto da greve geral.

 

Conforme informações, 60 policiais estão empregados na segurança das manifestações. A Secretária de Mobilidade Urbana (Semob) comunicou que 20 ruas precisaram ser fechadas para liberar passagem dos manifestantes. Entre elas a Dom Bosco, Tenente Coronel Duarte, Comandante Costa, Marechal Teodoro, Presidente Marques, Generoso Ponce,Filinto Muller e Isaac Póvoas.  Nesse momento a Getúlio Vargas está com o tráfego interrompido para veículos. Cerca de 70 agentes acompanham os manifestantes.

 

Quando chegou à parte mais movimentada da Getúlio Vargas, os manifestantes encontraram olhos curiosos na porta dos estabelecimentos comerciais que ainda estavam abertos. Celulares em mãos, os trabalhadores que não puderam participar do ato registravam a passeata.

 

"Temer, ladrão! a previdência não", . "1, 2, 3...4, 5, mil ou para essa reforma ou paramos o Brasil", "1, 2, 3...4, 5, mil ... Cancela essa reforma ou paramos o Brasil" são os gritos que animam os manifestantes na reta final do protesto em Cuiabá.

 

Reforma Trabalhista

O texto principal teve 296 votos a favor e 177 contra e entrou em pauta na sessão do último dia 26. Os parlamentares realizaram a votação dos destaques, que terminou às 2h06, totalizando 14 horas de embates. Apenas uma mudança entre 17 propostas foi aprovada, e o texto segue para o Senado Federal. 

 

Dos sete deputados federais Mato-Grossenses presentes na sessão seis votaram favoravelmente com a proposta do governo Michel Temer (PMDB).Entre eles deputado Fábio Gárcia, Carlos Bezerra e Valtenir Pereira do PMDB, Ezequiel Fonseca (PP), Victório Galli (PSC) e Nilson Leitão (PSDB). O deputado federal Ságuas Moraes (PT) foi o único a votar contrário. Já Adilton Sachetti (PSB) não estava presenta na sessão.

 

O que muda nos direitos trabalhistas Segundo o relator do projeto na comissão que analisa a reforma, deputado Rogério Marinho, o novo texto afeta mais de 110 artigos da CLT. Confira abaixo dez pontos das regras trabalhistas que pontos das regras trabalhistas que podem ou não mudar com a reforma: 

 

- Convenções e acordos coletivos poderão se sobrepor às leis Alguns direitos específicos não podem ser modificados por acordo, como: 13º salário, FGTS, licença-maternidade salário, FGTS, licença-maternidade, seguro-desemprego. 

 

- A jornada de trabalho pode ser negociada, mas sem ultrapassar os limites da Constituição. 

 

- O tempo do intervalo, como o almoço, pode ser negociado, mas precisa ter no mínimo 30 minutos, se a jornada tiver mais do que seis horas.

 

- Os acordos coletivos podem trocar os dias dos feriados. 

 

- As férias poderão ser divididas em até três períodos, mas nenhum deles pode ter menos do que cinco dias, e um deve ter 14 dias, no mínimo.

 

- O imposto sindical se torna opcional. 

 

- A reforma define as regras para home office.

 

- Ex-funcionário não pode ser recontratado como terceirizado nos 18 meses após deixar a empresa.

 

- Gestantes e quem está amamentando poderão trabalhar em ambientes insalubres se isso for autorizado por um atestado médico. No caso das grávidas, isso só não será possível se a insalubridade for de grau máximo. (Com Uol)