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Quinta-feira, 20 de Abril de 2017, 12h:05

O chamado sempre vem

PETU ALBUQUERQUE

Michely_Figueiredo

 

Já teve a sensação de que um vazio imenso estava tomando conta do seu peito, sem conseguir explicar de onde saia tamanha angústia? Buscou em diversos lugares preencher essa lacuna que surgiu de repente e percebeu que as tentativas feitas eram em vão? Não sei dizer se era saudade, crise existencial, falta de autoconhecimento... 

Levou um tempo, mas só depois de muita busca puder perceber que se tratava de um chamamento para fazer a religação com algo muito maior, com a minha verdadeira tarefa enquanto encarnada, com aquela fagulha divina que habita em meu interior e no seu também. 

Quem conhece aquela expressão que diz o seguinte: ‘Namastê - o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você‘? Era dessa ligação divina que o vazio dolorido que se instalou no meu peito me fazia lembrava incessantemente. Somos partículas de Deus. Fomos feitos à sua imagem e semelhança. Quer motivação maior para se sentir forte num planeta que muitas vezes parece estar de cabeça para baixo?

Quando encontrei meu lugar no mundo, que pude começar a trabalhar a espiritualidade, esse vazio aos poucos foi dando lugar a uma outra sensação: a de plenitude. E o que estava fora do trilho, aos poucos foi encontrando seu destino. Curioso colocar que o processo significou uma ‘requalificação‘ de vários pontos da vida. As atividades nos momentos de lazer passaram a ser outras, velhos amigos se afastaram, novas pessoas se aproximaram. Lidar com problemas se tornou menos penoso. E tenho a impressão que a importância dada a esses problemas também diminuiu. É tudo uma questão de perspectiva. 

Com este texto não quero aqui doutrinar, arregimentar pessoas para a fé na qual acredito. Longe disso. Quero apenas compartilhar como a vida deixou de ser um ‘fardo‘ e passou a representar uma nova oportunidade de progresso. Progresso do ego, que muitas vezes nos mantêm cegos para o que realmente importa. 

No dia do Índio, comemorado em 19 de abril, tive a oportunidade de conversar com uma indigenista missionária. As palavras dela me fizeram refletir profundamente. A missionária relatava como os indígenas precisavam de tão pouco para viver e serem felizes, e que nós, não índios, deveríamos aprender esse estilo de vida. Eles veneram e respeitam a natureza, que é de onde coletam o alimento para se nutrir, e possuem um laço muito forte com a espiritualidade. 

Afastamo-nos muito desta realidade e hoje vivemos em um universo pautado pelo consumo frenético, que não se importa com o impacto que toda esta produção, que uma hora vira lixo, pode causar à vida humana e a dos demais seres que aqui também habitam. Acreditamos que precisamos de muito para viver. Desta forma, perdemos precioso tempo trabalhando desesperadamente para ter carros de luxo, as roupas de marca, o celular de última geração e o que realmente importa fica relegado ao segundo plano e, muitas vezes, nem é considerado pela maioria.

Vamos olhar mais para dentro, tentar conhecer as nossas fraquezas e também nossas fortalezas. Gastemos o tempo necessário neste exercício árduo que é o autoconhecimento. Quando nos conhecemos, passamos a olhar o outro com mais compaixão e sensibilidade. E tudo ao redor fica mais bonito e sem perceber fazemos a diferença. Que tal tentar?

 

Petu Albuquerque é uma mulher balzaquiana, observadora da vida, aspirante à psicoterapeuta reencarnacionista e que tem fé na mudança.