No texto de estreia da coluna, quero contar um pouco sobre as maravilhas que a nossa Cuiabá, que neste mês de abril completa 298 anos, me proporcionou desde que resolvi fazer dela minha morada. Como dizem por aí, já fui “pau rodada” e hoje me considero uma “pau fincada”. Isso porque já se passaram 11 anos desde que resolvi deixar Rondonópolis para ingressar na faculdade. E de lá pra cá, nunca mais voltei. Os vínculos com a cidade só aumentaram com o passar dos anos. Apesar da saudade da família, a generosidade de Cuiabá me fez criar raízes. Foi aqui que conquistei minha graduação, meu primeiro emprego, casei e agora construo a minha família. Foi aqui que comprei meu primeiro carro, que tomei diversos porres, que chorei escondida querendo o colo de mãe, conheci pessoas de outros cantos do mundo, fiz e desfiz amizades, me desconstruí e aprendi a ser “gente grande”. O processo é doloroso, mas sair da zona de conforto sempre é.
Posso dizer que Cuiabá me ensinou na prática o que é reciprocidade. Quando escolhi que esta seria minha casa, as portas se abriram. Surgiram oportunidades de trabalho imperdíveis e que me deram a condição de caminhar com as próprias pernas, sem mais precisar depender da ajuda dos genitores. Além das ricas oportunidades de trabalho, a capital de Mato Grosso também chama atenção por sua acolhida calorosa. É quase como encontrar um jantar quentinho na mesa depois de um longo e puxado dia de trabalho. Aqui é possível se sentir amado e valorizado. Pena quem se aproveita daqui e não sabe reconhecer quão valorosa é Cuiabá.
As melhores coisas da vida pude conhecer aqui. As transformações importantes pelas quais passei, ocorreram aqui. Fiz de Cuiabá meu lar e não me arrependo um segundo desta escolha. E se pudesse escolher de novo, diria sim quantas vezes fossem necessárias. E olha que nem precisei comer cabeça de pacu pra decidir que aqui seria o meu cantinho no mundo. Obrigada Cuiabá por todas as ricas oportunidades e por acolher essa “filha” com o amor indescritível que emana em seus quatro cantos.
Como não se apaixonar pelo peixe frito, a farofa de banana e o linguajar arrastado que traz ao seu povo uma característica tão marcante? Como não apreciar o trabalho dos artistas locais, seja no teatro, nas artes plásticas, na música, no Siriri ou no Cururu? Como desconsiderar a mudança pela qual a cidade passou, oferecendo aos seus cada vez mais opções de lazer e cultura? E como não falar do banguncinha da esquina, que por muitos anos foi a minha opção de jantar, quando ainda estudante, quebrada que só?
A você, Cuiabá, ofereço meu amor e dedicação, na esperança de contribuir cada vez mais para as melhorias que ainda queremos ver por aqui.