O Fórum Pró-Ferrovia realizou evento em Cuiabá, nesta sexta-feira (24 de março), cobrando do Governo Federal que o traçado da Ferronorte, também conhecida como ferrovia Senador Vicente Vuolo, no trecho Rondonópolis-Cuiabá saia do papel. O presidente do Fórum, Francisco Vuolo, afirmou que houve avanço e que a expectativa é que os trilhos cheguem à Capital mato-grossense em até 6 anos. Este é um sonho cuiabano desde a década de 1970. O debate foi realizado em auditório da Federação das indústrias de Mato Grosso (FIEMT) e transmitido ao vivo pela TV Senado.
“A concessionária já demonstrou o interesse pela expansão dos trilhos até Cuiabá e pelo prolongamento dos trilhos pelo Norte de MT, até Sorriso ou Sinop. Agora estamos propondo um termo aditivo ao contrato que o Governo Federal tem com a Rumo ALL para definir prazos para o avanço da ferrovia e a forma que será montada a engenharia financeira que garantirá o avanço dos trilhos até a capital”, afirmou Vuolo. Conforme representante do Ministério dos Transportes, Anderson Moreno, que veio a Cuiabá para o evento, o trecho é possível, pois está previsto na lei nº 11.772 do sistema nacional de viação. “A minha função aqui é compreender o pleito, mas temos que realizar estudos técnicos”, frisou.
O único trecho da Ferronorte em solo mato-grossense em operação fica entre Alto Taquari e Rondonópolis. A ferrovia foi projetada para ligar São Paulo ao norte do país, alcançando Mato Grosso, Porto Velho e Santarém no Pará. Conforme estudo encomendado pelo próprio Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o trecho entre Rondonópolis e Cuiabá é de 266 km e custará R$ 1,360 bilhão. Acontece que, segundo o senador José Medeiros, o presidente da República Michel Temer (PMDB) já avisou que não vai investir um único centavo em ferrovias.
Os participantes sugeriram que o trecho seja feito apenas com recursos da iniciativa privada. Além disso, o secretário estadual de Infraestrutura de Mato Grosso, Marcelo Duarte, sugeriu que o valor de outorga que a concessionária da ferrovia, a empresa de logística Rumo ALL, deveria pagar ao Governo Federal pela exploração da malha viária paulista seja revertido para a construção deste trecho da ferrovia. Duarte também garantiu que o Governo Pedro Taques (PSDB) não poupará esforços para ver este projeto sair do papel.
O presidente da Pró-Ferrovia destacou que este trecho do traçado, entre Rondonópolis-Cuiabá e Cuiabá-Santarém no Pará é de suma importância para Mato Grosso e para o país, pois garantirá melhor escoamento da produção agrícola, redução do custo de frete e garantia de maior competitividade no mercado interno e internacional.
Segundo o presidente da FIEMT, Jandir Milan, o custo do transporte ferroviário é 50% mais barato que o do transporte rodoviário e o hidroviário é 75% mais barato. “Nós temos que insistir que esses trilhos passem por Cuiabá. O Governo não tem dinheiro pra investir, mas tem que viabilizar as concessões e trazer investidores internacionais”, frisou. Milan destacou ainda a importância deste tipo de evento para fazer pressão ao Governo Federal para o avanço do tema. Ele destaca que quando ele nasceu, em 1953, o Brasil tinha mais ferrovia que hoje. “Isso é absurdo a falta de propósito que tem os governos de fazer ferrovia”, criticou.
Além da Vicente Vuolo, Mato Grosso tem a previsão de outra ferrovia que ligará Sinop a Miritituba no Pará, chamada Ferrogrão. Caso a ferrovia Senador Vicente Vuolo suba até Sinop, haverá essa interligação entre os dois traçados. O terminal de carga e descarga da ferrovia em Cuiabá deverá ser construído no Distrito Industrial.
Histórico
A ferrovia começou a ser estudada na década de 1970 entrando no plano nacional de viação com a pretensão de ligar São Paulo até Cuiabá. O primeiro grande obstáculo ultrapassado foi a inauguração foi da ponte ferroviária sobre o rio Paraná, depois a inauguração dos terminais em Chapadão do Sul em Mato Grosso do Sul, em Alto Taquari, depois em Alto Araguaia-MT, em 2012 um terminal inaugurado em Itiquira-MT, em 2013 em Rondonópolis e o próximo trecho, de acordo com o Plano Nacional de Viação é em Cuiabá.
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