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Domingo, 12 de Março de 2017, 08h:15

Chacina do São Mateus e assassinato de major completam três anos sem culpados presos

JESSICA BACHEGA

O Ministério Público estadual (MPE) concedeu mais 90 dias para que a Polícia Civil conclua o inquérito que investiga o assassinato no major da Polícia Militar Claudemir Gasparetto, morto a tiros, em 18 de fevereiro de 2014, quando chegava a sua residência no bairro Planalto Ipiranga, em Várzea Grande.

 

 

PMMT

MAJOR GASPARETO

Major Claudemir 

As investigações desse crime completou três anos no mês passado e pode ter ligação direta com outro assassinato que ocorreu em um bar, conhecido como "chacina do São Mateus". Naquela oportunidade, testemunhas disseram que homens mascarados, mas com calças idênticas a fardas da polícia e armas de grosso calibre adentraram ao local e mataram cinco homens e deixaram mais três feridos. Entre os baleados, possivelmente estavam criminosos envolvidos na morte do major.

 

Conforme a assessoria do Ministério Público Estadual (MPE) a polícia já solicitou prorrogação de prazo algumas vezes. O último andamento processual no site do Tribunal de Justiça quanto as investigações da morte do major datam de fevereiro de 2014.

 

Execução do policial

De acordo com as informações, o major aposentado chegava a sua residência, em um veículo Voyage, quando foi surpreendido pelos suspeitos que estavam em um carro modelo Ecosport. Os criminosos efetuaram vários disparos e cinco deles acertaram o policial nas costas, na cabeça e no tórax.

 

O major chegou a ser socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Pronto Socorro de Várzea Grande, mas morreu durante o atendimento médico. 

 

De acordo com a delegada Silva Palluzzi, que estava à frente do caso, há suspeita de que os criminosos tenham feito uma emboscada para matar o major, uma vez que eles sabiam a hora da chegada da vítima a sua residência.

 

Passados tantos anos após o crime a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) ainda não foi descartada pela polícia.

 

A delegada informou que alguns suspeitos já foram identificados, no entanto a situação é delicada, pois alguns estão foragidos e há a possibilidade de que outro suspeito tenha morrido na Chacina do São Mateus, ocorrida poucos dias após a morte do policial.

 

 

Chacina do São Mateus

Um dos crimes mais chocantes registrados em Várzea Grande completa três anos sem solução. Oito vítimas foram baleadas em frente a um bar, próximo a rodovia dos Imigrantes, por volta das 23h do dia 23 de fevereiro de 2014. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

delegada anaide barros

 Delegada Anaíde

Dos oitos baleados, cinco morreram e três foram atendidos no Pronto Socorro. Um dos sobreviventes ficou tetraplégico.

 

“Alguns conseguiram sobreviver porque correram e estão foragidos”, lembra a delegada Anaide Barros de Souza, que comandava as investigações e foi até a cena do crime no dia das mortes.

 

A delegada conta que os moradores da região ficaram muito assutados com tamanha brutalidade com que houve as mortes.

 

A polícia trabalha com uma possível, ligação entre os crimes. Considera-se que tenha sido um tipo de vingança pela morte do Major Claudemir, registrada poucos dias antes.

 

Conforme relataram testemunhas à polícia, na época, os suspeitos do crime estavam encapuzados e chegaram ao local usando coturnos e coletes à prova de balas.

 

Os assassinos mandaram que as pessoas que estivessem no bar e tivessem passagem pela policia fossem para a parede e os que apresentassem a ficha limpa fossem embora.

 

De costas, aqueles que estavam na parede não tiveram chance de defesa e foram baleadas a queima rouba com disparos de pistolas e espingardas.

 

Sebastião José Pinho, 23 anos, Douglas Campos Fernandes, 18, e Anderson José Leite da Silva, 19. Já Gean de Assunção Pedroso e Gonçalo Vaz de Campos, 60, morreram logo após dar entrada no Pronto-Socorro de Várzea Grande.

 

Os menores S.L.J., G.M.A.P. e M.S.P ficaram internados no Pronto-Socorro e conseguiram sobreviver.  

 

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