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Domingo, 10 de Fevereiro de 2019, 10h:47

Homem assassinado em bairro nobre era apontado como líder de esquema que sonegou R$ 140 milhões

LEONARDO HEITOR/LUÍS VINICIUS

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) identificou o homem morto na noite de sábado (9) no bairro Jardim das Américas, bairro nobre de Cuiabá. Trata-se de Wagner Florêncio Pimentel. Ele foi denunciado em 2018 à Justiça, acusado de liderar um esquema que teria sonegado R$ 140 milhões em tributos do Estado.

 

Reprodução

Homicidio Jardim das Americas

 

O esquema liderado por Wagner Florêncio Pimentel foi investigado nas Operações Crédito Podre I e II, deflagradas pela Delegacia Fazendária (Defaz) em dezembro de 2017 e maio de 2018, respectivamente. Empresas do setor de agronegócio se beneficiavam da engenharia tributária criada pelo grupo para sonegar impostos como o ICMS.

 

Wagner estava em um Renault Sandero de cor branca e teria sido atingido por cinco tiros. No veículo, foi encontrada uma sacola com dinheiro em espécie. Policiais militares do 1º Batalhão disseram que os autores dos disparos estariam em uma motocicleta, cujo modelo ainda não foi identificado. Eles teriam se aproximado da vítima e atiraram, fugindo em seguida.

 

Moradores da região ouviram os tiros e foram até o local. Ao perceberem que o homem estava ferido, acionaram uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que foi até o endereço e confirmou a morte da vítima.

 

Crédito Podre

 

As investigações apontaram que mais de 1 bilhão de grãos saíram do Estado de Mato Grosso, sem o devido recolhimento do ICMS, deixando prejuízo estimado em R$ 143 milhões, entre os anos de 2012 a 2017. O esquema que envolveu 30 empresas de fachadas ou fantasmas, constituídas com o objetivo de promover a sonegação de impostos.

 

Wagner era casado com Keila Catarina de Paula, que também chegou a ser presa por conta do esquema. Eles ficaram presos por sete meses e foram soltos em julho de 2018, após uma decisão da Terceira Câmara do Tribunal de Justiça (TJMT). A Operação Crédito Podre apura fraudes na comercialização de milho, algodão, feijão, soja, arroz, sorgo, painço, capim, girassol e niger, em um esquema que teria sonegado mais de R$ 140 milhões em ICMS. 

 

Wagner fazia parte, segundo o Ministério Público Estadual, do núcleo duro da organização, juntamente com Wagner Fernandes Kieling, Wagner Kurtembach, Wagner Van Dorf Bauer e Laércio Laurenti Nalini Júnior, Almir Cândido de Figueiredo, que também utilizaria o nome de Valdecir Marques e Almir Fernandes Cardoso, Kamil Costa de Paula, Keila Catarina de Paula e Alysson de Souza Figueiredo.  

 

Os investigados foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica de documentos públicos e particulares, uso indevido de selo público verdadeiro, falsa identidade, coação no curso do processo e ameaça e fraude fiscal, “com o objetivo de realizar a comercialização interestadual de mercadorias primárias de origem agrícola sem proceder ao recolhimento do ICMS incidente e, com isso, obter vantagem financeira espúria e promovendo concorrência desleal”.