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Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2018, 09h:44

Alunos pagavam até R$ 4 mil por "pacote de CNH" para não fazerem aulas e provas

JESSICA BACHEGA/LUIS VINICIUS

A quadrilha que “vendia” Carteira Nacional de Habilitação (CNH), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), agia há pelo menos 10 anos e era liderada por um dos examinadores do órgão, que ainda não teve o nome divulgado. Os valores angariados com a fraude ainda não foram determinados, pois os membros da organização criminosa cobravam valores diferentes de acordo com a condição financeira do aluno.

 

Reprodução

operacao mao dupla

 

Os suspeitos são investigados na Operação Mão Dupla, deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz), nesta quarta-feira (5). Na ação policial, realizada em Cuiabá e Tangará da Serra, foram presos 20 servidores e empresários, além de cumprimentos de 35 mandados de busca e apreensão.

 

De acordo com o delegado Sylvio do Vale Ferreira Junior, a investigação teve início após uma fiscalização no órgão, na qual foram encontradas as fraudes e cerca de 30 carteiras de motoristas de pessoas beneficiados pelo esquema já foram canceladas.

 

“Algumas carteiras o Detran já cancelou. Essas pessoas já apresentaram a CNH. O Objetivo da investigação é identificar o maior números de beneficiários desse esquema”, afirma.

 

Quatro veículos de luxo foram apreendidos pela polícia.

 

Modo de ação

 

Os examinadores e donos de auto-escolar investigados na Operação Mão Dupla orientavam os interessados em obter a habilitação sobre as duas maneiras de proceder. "Havia a forma mais dispendiosa com todas as aulas teóricas e práticas. Ou a forma simplificada, que é esse pacote mais completo, sem aula teoria, prática e as provas teóricas e pratica. Dessa forma conseguiam obter até R$ 4 mil por aluno", afirma o delegado.

 

Conforme o policial, o membros da quadrilha conseguiam manter uma vida de ostentação por meio da venda nos documentos. Um examinador seria o "cabeça" do esquema e ele determinada as escalas das provas e dos alunos a serem aprovados porque compraram o pacote. Apesar das investigações apontarem para esse servidor  como líder do esquema, a polícia não descarta a possibilidade de que figuras com alto poder no Estado estejam envolvidos na organização. 

 

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