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Política Segunda-feira, 08 de Outubro de 2018, 17:28 - A | A

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Segunda-feira, 08 de Outubro de 2018, 17h:28 - A | A

ELEIÇÕES 2018

O "Barbudo" que surpreendeu Mato Grosso nas urnas

LEONARDO HEITOR

Você conhece Nelson Barbudo? Desconhecido de boa parte do eleitorado ele foi o deputado federal mais votado nas eleições deste ano em Mato Grosso, o perfil deste criador de gado de Alto Taquari é totalmente diferente do habitual na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde ele atuará a partir de 1º de fevereiro de 2019. De visual despojado, com longa barba branca e chapéu, Nelson Ned Previdente espera ser diferente, não apenas na aparência, mas também na atuação no Legislativo.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Nelson Barbudo

 Nelson Barbudo foi eleito com 126.249 votos pelo PSL

Palmeirense, descendente de europeus (avô paterno italiano e avó materna espanhola), Nelson Barbudo, com 58 anos, é o caçula de quatro filhos. Nascido em Poloni (SP), veio para o Mato Grosso aos 25 anos e atualmente vive em Alto Taquari, com a esposa e suas duas filhas. 

 

Eleito com 126.249 votos pelo PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, o futuro parlamentar revelou também que, ao contrário do que pensam, seu nome, Nelson Ned Previdente, não é uma homenagem ao famoso cantor, que ficou conhecido por seu nanismo e pela voz potente, que imortalizou Tudo Passará, Se eu Pudesse Conversar com Deus, Meu Ciúme, entre outros sucessos. "Ele foi fazer sucesso quando eu já tinha 10 anos", brincou.

 

O Hipernotícias conversou com o futuro parlamentar no dia seguinte ao pleito, realizado neste domingo (7). Nelson Barbudo falou sobre a origem de seu nome, de sua marca registrada, que é a barba, da campanha para Bolsonaro no segundo turno, sua votação expressiva, a eleição de Selma Arruda e a derrota de Victório Galli, seu colega de partido e deputado federal. 

 

O ex-vereador por Alto Taquari também comentou sobre a sua eleição e a renovação vista neste pleito para a Câmara dos Deputados e para a Assembleia Legislativa, sobre o que acha da política e quais as expectativas para a sua atuação na Câmara dos Deputados, em Brasília.

 

Você imaginava que teria esta votação expressiva?

 

Há muito tempo milito na política. Faz mais de 30 anos. Tenho experiência em organizar campanhas políticas. Sempre fui um estrategista no meu município, ao contrário do que pensam, de que sou leigo e tudo mais. A primeira campanha que assessorei, o vereador foi o mais votado da minha cidade. Me candidatei depois a vereador, em 2004, e fui o mais votado. Assessorei minha esposa e ela se elegeu e virou presidente da Câmara. 

 

Em 2016, outro vereador que assessorei, bateu todos os recordes de votação. E agora, fui o mais votado para deputado federal. Fiz uma projeção de 100 mil votos e há 15 dias, pelas minhas pesquisas, vi que ia passar disso. Como a política é uma caixinha de surpresas, fiquei na minha. O poder econômico influencia muito e eu fui o que menos gastou. Não é que eu esperava, mas me preparei e colhi o resultado.

 

Você colaborou com a campanha da agora senadora eleita Selma Arruda?

 

"Ela tinha os marqueteiros dela, mas como ela é minha amiga quase irmã, trocavamos ideias. Algumas ela acolheu e outras não, mas não tive nada com a campanha dela. Fui um amigo conselheiro, mas não participei.

 

E que análise você faz da derrota do seu colega de partido, o deputado federal Victório Galli?

 

Alan Cosme/HiperNoticias

victorio galli

 Galli não foi reeleito e ficou como 1º suplente de Nelson Barbudo

A análise que posso fazer, com todo respeito, é a de que o Galli perdeu para ele mesmo. Porque, se ele tivesse 20 a 30 mil votos a mais, iriam dois deputados. Não sei o que aconteceu. Ele trabalhou e fez uma campanha ferrenha. Acho até que ele deve ter gastado mais do que eu. O que penso que ele errou e que uma vez ele me disse na frente de várias pessoas, foi quando ele afirmou: "se você está pensando que rede social elege alguém, vocês estão enganados". Eu apenas respondi: "quem viver, verá".

 

Quero deixar claro o meu respeito a ele, que é o presidente do PSL em Mato Grosso. Sou um homem extremamente sistemático e respeitador das hierarquias. Então, não tenho problema algum com o Victório Galli. Nunca briguei com ele e sempre o respeitei. Enquanto ele for presidente, será assim. 

 

Como você encara sua eleição e como avalia essa renovação política vista neste pleito?

 

Encaro com naturalidade. O poder nunca subiu em mim, quando fui vereador. Entrei para a política para ser o empregado do povo. O poder não é eterno. As pessoas tem que trabalhar como se estivessem em uma empresa. Se não trabalhou direito, o povo manda embora. Os políticos brasileiros estão muito folgados, roubando a luz do dia. 

 

Tempos atrás, não existia whatsapp, facebook, smartphones, então eles estavam tão mansos, se descuidaram e acharam que o povo brasileiro ia ser um eterno idiota. Com a tecnologia, qualquer ato ou deslize que se comete, tem alguém registrando. Com isso, foram expostos para a sociedade escândalos vergonhosos e nojentos, que estes políticos fizeram. Com isso, o povo tomou conhecimento e reagiu desta maneira. Eles não esperavam.

 

O que espera da política?

 

Não tenho vaidade e o dinheiro não me corrompe. Não tenho pretensão de ficar rico, milionário. O que tenho, dá para minha família se manter decentemente, caso eu morra hoje. O dinheiro não me fascina. Nunca vi caixão ter cofre ou gaveta.

 

Como você vê a Câmara dos Deputados e o crescimento do PSL, agora com 52 deputados federais?

 

Nunca estive lá, mas dizem que é um ninho de cobras. Espero ter uma atuação em conjunto com o Jair Bolsonaro, a quem eu espero que se eleja, para resolvermos primeiramente os problemas maiores, como a crise política, econômica e fiscal. Sabemos do que o país precisa. Essa história de ficar lá em Brasília arrumando emendinha de asfalto não é meu foco. Claro que vou conseguí-las, mas meu projeto é maior. É pela pátria. Vamos retomar o crescimento do país. 

 

Vamos ter uma bancada boa e se mais alguma se juntar para fazer uma base aliada, temos possibilidade de fazer a maioria na Casa. Pelo menos eu penso assim. O Bolsonaro é firme e não negocia. Essa história de formar bancada dando ministério, presidência de estatal e fazendo um balcão de negócio, eu não concordo. Tenho nojo disso aí.  

 

Alan Cosme/HiperNoticias

jair bolsonaro

Barbudo revelou que se reunirá com presidenciável

Vai atuar na campanha para o Bolsonaro no segundo turno?

 

Conversei com a Selma hoje. Irei nesta terça para São Paulo ver minha mãe, que ainda mora em Poloni. Ela está muito feliz, emocionada e chorando muito por conta da minha eleição. Se eu não for para lá, ela vai para o hospital. Devo ter uma agenda com o Bolsonaro no Rio de Janeiro, para combinarmos as estratégias para a campanha. Não sei se o Galli vai querer participar, por conta da derrota. 

 

E como surgiu a barba?

 

Minha barba tem 40 anos. Meu pai tinha o jeitão italiano, severo e fazia a barba todos os dias. Quando eu fiz 18 anos, a minha começou a crescer e ele me mandava raspar. Aí eu ia, só que de vez em quando eu esquecia, e ficava uma semana sem fazer. Ele falava: "vai raspar essa barba, senão você vai acabar apanhando". 

 

Na terceira vez eu disse para ele que não gostava que ele me chamasse atenção. Você é sistemático e eu também. Se você me mandar cortar a barba mais uma vez, eu nunca mais tiro ela na minha vida. Ele achou que era uma atitude adolescente. Aí ele fez a mesma coisa no final de semana seguinte. Disse pra ele que era a gota d'água que faltava e que até o dia da morte dele ou da minha, nunca mais tiraria. Assim eu virei o Nelson Barbudo.

 

E o nome, Nelson Ned? É uma homenagem ao cantor?

 

Quando minha mãe me colocou esse nome, o cantor ainda não fazia  sucesso. Meu irmão mais velho se chama Norberto Noel, o do meio, é Nilton Nei e o caçula, eu no caso, colocaram Nelson, que é o do meu pai. Mas não achavam o segundo nome. Aí alguém sugeriu o "Ned" e colocaram. O Nelson Ned cantor foi fazer sucesso quando eu já tinha 10 anos. Todo mundo acha que é por causa dele.

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