"Marin tem uma fortuna individual de mais de US$ 14 milhões (R$ 54 milhões) e não está em questão se ele tem a capacidade de pagar a multa", disse a promotoria, que indica que ele não demonstrou que o valor seria um "peso".
Ao defender sua pena de dez anos de prisão, os norte-americanos voltam a insistir que o esquema de corrupção envolveu diretamente Marco Polo Del Nero, que teria dividido com Marin US$ 3 milhões (R$ 11 milhões) em propinas para cada edição da Copa América.
O texto ainda aponta como a Copa do Brasil mantinha um esquema em que as propinas eram repartidas ainda para Ricardo Teixeira, Del Nero e Marin. Juntos, eles teriam organizado um esquema que somaria US$ 8,4 milhões (R$ 32 milhões).
Numa conversa gravada entre José Hawilla e Kleber Leite - dois dos empresários que pagavam a propina - a promotoria insiste que o diálogo revela como ambos se referiam ao trio de cartolas brasileiros.
"Marin e Marco Polo, eles sabem que você paga mais ao Ricardo?", questionou Hawilla. "Claro que sabem", respondeu Kleber Leite. Hawilla continuaria a conversa: "Marin divide com Marco Polo, não é?". Leite confirmaria. Mas alertaria que a forma pela qual os dois dividiram o dinheiro seria problema dele. "Isso é problema interno deles", completou.
"Imediatamente após assumir o futebol brasileiro, Marin buscou se enriquecer ao solicitar propinas que eram pagas para Teixeira", apontou a promotoria americana. No mesmo mês que assumiu, ele viajou para Buenos Aires para encontros sobre os pagamentos da corrupção. Naquele esquema inicial, Del Nero e Marin ficariam cada um com US$ 600 mil (R$ 2,3 milhões) da Libertadores.
Segundo os americanos, ele também se apressou em conseguir o dinheiro de propina da Copa América. Em 2012, ficou estabelecido que US$ 2 milhões (R$ 7,7 milhões) que iriam para Teixeira passariam a ser depositados para Marin e Del Nero.
Em um dos trechos, os promotores citam como Marin e Del Nero chegaram a ir a Londres para se queixar de propinas atrasadas. De acordo com a investigação, o dinheiro chegava até o cartola por meio de contas na Suíça e em Andorra de Wagner Abraão, um dos prestadores de serviços para a CBF. De lá, o dinheiro seguia para Nova York, em nome de uma empresa de Marin.
(Com Agência Estado)
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