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Economia Segunda-feira, 19 de Novembro de 2018, 13:20 - A | A

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Segunda-feira, 19 de Novembro de 2018, 13h:20 - A | A

SEM RESERVA

Menos da metade dos brasileiros tem como levantar dinheiro para emergência

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

Dados divulgados em um relatório do Banco Central mostram que, no ano passado, apenas 46% dos brasileiros declaravam ter condições de, em uma situação de emergência, levantar recursos para fazer frente a despesas. Esse foi o porcentual de pessoas que se julgaram capazes de conseguir pelo menos R$ 1.520 no caso de ocorrer um imprevisto.

Reprodução

simaria

 Foto ilustrsativa

Os números, destacados no Relatório de Cidadania Financeira divulgado pelo BC no início do mês, têm como fonte a pesquisa Global Findex 2017, do Banco Mundial. Nela, pessoas do mundo inteiro responderam se podem, em uma emergência, conseguir no mês seguinte pelo menos 1/20 da renda nacional bruta per capita em moeda local - o que, no Brasil, representou R$ 1.520, considerando o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 2016.

O País até melhorou de situação desde a pesquisa anterior: em 2014, o porcentual era de apenas 35%. Mas, em um universo de 144 economias, a média global é de 54%. E entre os países de alta renda, de 74%. Na lista, países como Burkina Faso (57%) e Bangladesh (64%) aparecem em uma situação melhor que a do Brasil.

O retrato da situação brasileira é ainda pior quando se avalia a fonte do dinheiro. Entre os que se disseram capazes de levantar recursos de emergência, 42% disseram ser possível fazer isso por meio de empréstimos com a família ou os amigos. Apenas 14% recorreriam a recursos poupados ao longo do tempo.

Excesso de confiança. Na prática, de cada 100 brasileiros, 46 são capazes de obter recursos extras, sendo que 19 deles recorreriam a familiares e amigos. Apenas seis têm dinheiro próprio, poupado.

"Isso é preocupante", avalia Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper. Para ele, os dados refletem um "excesso de confiança" em relação aos imprevistos, o que é característico da sociedade brasileira.

Rocha reconhece que brasileiros de baixa renda têm mais dificuldade para poupar, mas o problema não se limitaria a eles. "É um padrão, seja entre quem ganha menos, seja entre quem ganha mais. É como vemos no Estado brasileiro, que não tem nenhuma capacidade de poupança", compara.

Os dados do Banco Mundial mostram que, em 2017, apenas 32% dos brasileiros com mais de 15 anos guardaram dinheiro. Detalhe: entraram nesse grupo as pessoas que pouparam alguma quantia - qualquer uma - no ano passado. A média global é de 48% e, nos países de alta renda, o porcentual é de 73%.

No Relatório de Cidadania Financeira, divulgado na semana passada, o Banco Central reconhece que o valor da renda deve ser levado em consideração, mas ressalta que ele não é determinante para que os cidadãos deixem de poupar. Fatores ligados à cultura, à educação e à comunicação, entre outros, também importam.

Cultura

O educador financeiro Mauro Calil, autor do livro Separe uma Verba para Ser Feliz, afirma que falta ao brasileiro "poupança, organização financeira e cultura para poupar".

"O valor de R$ 1.520 equivale a um salário mínimo e meio. É muito pouco. Estamos falando de R$ 127 poupados em 12 meses", pontuou Calil. Segundo ele, boa parte dos brasileiros poderia formar esse colchão de emergência apenas usando o 13.º salário, mas o dinheiro muitas vezes é direcionado apenas ao consumo.

"Falo sempre em palestras: você se lembra quando ganhava metade do que ganha hoje e dizia que, se ganhasse o dobro, seria rico? Pois é. Hoje você ganha o dobro", exemplifica o educador financeiro. "O que acontece é que você estica o elástico do consumo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Com Agência Estado)

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