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Colunistas Sábado, 20 de Maio de 2017, 21:31 - A | A

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Sábado, 20 de Maio de 2017, 21h:31 - A | A

Reflexões sobre a ingratidão

Como os ingratos se multiplicaram nos tempos atuais. Estão por toda parte

CLAUDIA CADORE

 

A palavra é ingratidão. No dicionário significa "falta de reconhecimento por algo que alguém lhe fez". E como os ingratos se multiplicaram nos tempos atuais. Estão por toda parte. São pessoas que simplesmente esquecem ou ignoram o bem que outro lhe fez. Ao contrário, são insatisfeitos, preferem remoer ressentimentos, se vitimizam e querem sempre mais, são insaciáveis.

 

É claro que não se trata de ficar o tempo todo venerando aquele que o ajudou ou se dedicou a sua causa, mesmo porque, quem ajuda o outro geralmente o faz voluntariamente, sem pretensões. Mas, um mínimo de sensibilidade, de reconhecimento é bem-vindo.


A ingratidão tem várias nuances. Tem a ingratidão de amigo. Aquele  que compartilhou sua intimidade, suas alegrias, seus abraços. O amigo esteve a seu lado nos momentos difíceis, mas diante de qualquer contrariedade, de qualquer divergência de pensamento ou uma questão política do cenário atual, como Lula, Dilma, Temer ou Aécio, ele se torna descartável, não mais é agradável tê-lo por perto. 

 

Tem aquele que te indicou para a vaga de trabalho que você ocupa hoje ou onde até já foi promovido; aquele que cuidou do seu filho quando ninguém mais podia; aquele que te dava carona para economizar o dinheiro do ônibus ou aquele que te hospedou sem custos para você fazer seu curso universitário ou de qualificação. E, agora, quando o tempo de bonança chegou, eles são esquecidos. Não merecem um obrigado, um sorriso. Só distanciamento.

 

Há, ainda, o ingrato do nosso cotidiano. Aquele, para quem cozinhamos nossa alma no preparo de um prato novo, uma receita diferente e ele se limita a dizer: muito sal ou pouco sal, está cru ou está cozido demais. Não avalia os recursos que foram dispendidos para tal, o afeto que foi adicionado aos ingredientes da receita. Apenas, critica. E o pior: o faz em nome da sinceridade. 

 

Porém, uma das nuances mais tristes é a ingratidão de filho.  Além das noites mal dormidas, quantas renúncias fazem os pais para garantir um estudo de qualidade aos seus filhos, para custear uma boa escola? Quantos sonhos sufocados para ajudar o filho a comprar seu primeiro apartamento? Quantos pais nunca se deslocaram num raio superior a 200km de onde vivem, mas se sacrificam para proporcionar a viagem dos sonhos dos filhos, para permitir que o filho voe alto e ganhe o mundo? E o reconhecimento? Dificilmente vem em tempo hábil. Geralmente, o sentimento de gratidão vem depois da partida dos pais, quando não há mais tempo. Sim, há pais ingratos, também, mas os filhos, talvez por sua inexperiência com a vida, são maioria.

 

A gratidão é um dos sentimentos que mais prezo. O objetivo dessas linhas é nos fazer refletir, examinar nossas próprias atitudes, observando se não estamos sendo ingratos com aqueles que de alguma forma e, dentro de suas possibilidades, nos estenderam a mão, nos dedicaram sua amizade. Sempre é tempo de reconhecer o bem que o outro nos fez e, assim, retribuir com um agradecimento, um sorriso, um abraço.

 

Já para os ingratos crônicos vai um conselho: cuidado com as voltas que o mundo dá. Você pode precisar de ajuda de novo e não ter ninguém para te apoiar.  

 

Claudia Cadore é jornalista, acadêmica de Direito e continua entristecida com os rumos que a humanidade está tomando

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