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Colunistas Terça-feira, 06 de Junho de 2017, 09:29 - A | A

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Terça-feira, 06 de Junho de 2017, 09h:29 - A | A

Aquela menina

ARIADNE CAMARGO

Edson Rodrigues

Taynara_Pouso

 

Aprendi com aquela menina que sempre que se cai é possível levantar, aprendi que escolhas são feitas a todo momento da vida e que sempre é possível mudar de rumo, escolher outra coisa para seguir a diante.

Aprendi com aquela menina que ouvir uma música alta, quebrar um copo na parede ou imitar a peixinha Dori falando baleiês ajuda a aliviar a tensão e é libertador porque liberta a dor. Aprendi que o coração é versátil e pode ser quebrado muitas vezes sem se despedaçar e sem perder nenhum pedaço quando é consertado. Aprendi que as vivências ruins não precisam virar traumas, podem ser simplesmente uma lembrança que dói, mas passa sem atrapalhar muito a vida.

Aprendi com aquela menina que muitas vezes as pessoas em quem confiamos nos traem, brigam conosco, nós brigamos com elas e ainda assim é possível amá-las porque o amor é nobre e consegue superar muita mágoa.

Aprendi com aquela menina que nem sempre o amor é suficiente para manter um relacionamento, porque é necessário investimento das duas partes, mas também aprendi que, apesar disso, pode-se amar aquela pessoa, a distância, emanando amor e luz para ela.

Aprendi com aquela menina que o abraço é curativo, apertado ou não, demorado ou não, abraçar alguém dá às duas pessoas a chance de uma troca verdadeira de bons sentimentos, ainda mais se vier acompanhado de uma silenciosa oração para que o outro seja abençoado.

Aprendi com aquela menina que ler histórias transforma a vida, desperta o ser dormente que existe dentro da gente e que serve de força motriz para realizar sonhos. Aprendi que filmes e imagens, quadros e músicas transportam-nos para uma vida cheia de tudo, aliviam as angústias diárias, abrem parênteses na rotina para deixar a vida mais leve.

Aprendi com aquela menina que a beleza do rosto e do corpo são meros detalhes diante da verdade de um sorriso, da doçura de um olhar, da energia das intenções. Aprendi que cabelos sedosos são apenas suave moldura para expressões de alegria, tristeza, admiração, contentamento, surpresa, emoção.

Aprendi com aquela menina que crescer tem preço, mas que vale a pena, porque não crescer também custa caro. Aprendi que responsabilidade não se compra no mercado, é preciso desenvolver, assumir riscos e fazer escolhas sem colocar ninguém no nosso lugar para resolver nossos problemas.

Aprendi com aquela menina que a água é poderosa porque limpa a ferida e acelera a cicatrização, seja na cachoeira, na chuva ou no chuveiro, a água leva o que ela pode e, de quebra, ainda ajuda a dissolver o sal das lágrimas. Aprendi que algumas vezes é preciso se esconder embaixo das cobertas por horas para recuperar as forças e tomar as atitudes necessárias.

Aprendi com aquela menina que a saudade é como um cheiro que passa e deixa marcas, que a lembrança reaviva a alma e que os laços não se dissolvem quando sustentados pelo amor. Aprendi que, quando deixamos de lado a nossa própria dor para acolher a dor do outro, somos também tratados e curados.

Aprendi com aquela menina que tenho a vida inteira para aprender com ela e ela nem desconfia, ela não sabe que ensina tanto, parece até que ela não se vê, mas ela está lá, aqui, e que veio nesse mundo para ensinar a mim e a muitos outros. Obrigada, menina!

 

Sou Ariadne Camargo, inquieta mulher de 33 anos, observadora das sutilezas da vida, esposa e mãe em constante construção, professora encantada com a agitação adolescente, empenhada em contribuir para o pensar e existir genuíno de jovens com quem tenho e tive o prazer de conviver e com os quais aprendo, aprendo e aprendo!

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