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Colunistas Quarta-feira, 31 de Maio de 2017, 09:32 - A | A

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Quarta-feira, 31 de Maio de 2017, 09h:32 - A | A

Maravilha de mulher!

TAYNARA POUSO

Edson Rodrigues

Taynara Pouso

 

É, gurizada, vendo esse rostinho maroto, ninguém adivinha que essa que vos fala é fanática pelo universo DC Comics. Que folheia gibis até hoje. Que tirou dinheiro do nariz (me perdoem a expressão) para ir ao evento Comic Con Experience e, quando chegou lá, ficou feito criança admirando cada detalhe (perguntem para o meu namorado).

Não adivinha por quê?

Por que eu sou mulher? Por que eu não tenho aparência nerd (acho que tenho)? Ou por que estigmatizam a mulher que curte todo esse universo?

Mulher Maravilha estreia nesta semana e está causando um "boom" enorme. Mas, você ouviu falar? Você se interessou da mesma forma que se interessou por Batman Begins ou Homem de Ferro? Você vai levar seus filhos para ver este filme?

SE A RESPOSTA FOR NÃO, PELO AMOR, VOLTA TUDO, REFAZ SEU CAMINHO E LEVE AS CRIANÇAS AO CINEMA.

Mulher Maravilha não é só mais um filme de herói/heroína, é, SIM, o PRIMEIRO filme solo de uma HEROÍNA dos quadrinhos a chegar aos cinemas. Quem conhece um pouco de HQ sabe da importância das personagens femininas e do quanto elas vêm ganhando espaço dentro das histórias e do universo. E a indústria cinematográfica, enfim, parece ter entendido a dimensão de cada uma dessas personagens.

Este primeiro filme demorou cerca de 10 anos (ou mais) para chegar aos cinemas (QUE BOM QUE ESTOU VIVENDO ISSO), apesar da Mulher Maravilha ser tão conhecida quanto Superman, ter tantos fãs quanto. A maior preocupação dos estúdios era de que, talvez, por ser um gênero de filme tão recheado de fãs homens, estes não se interessariam em ver uma mulher como protagonista. Você, principalmente se for mulher, que está me lendo, vai se perguntar: P***, mas isso é sério? É sério, galera! Homens foram o principal motivo do atraso dos estúdios em produzir um filme como este.

Com o lançamento e sucesso de filmes com protagonistas mulheres, como "Jogos Vorazes", a ideia de uma produção com heroína de HQ foi reavivada. Mulher Maravilha não é só sobre Diana, não é só sobre A Mulher Maravilha, é sobre você, eu, nossas filhas terem uma nova visão de herói. É sobre nós, mulheres, sermos representadas em qualquer que seja o filme, espaço, ambiente. É nos dar voz, imagem e, finalmente, V I D A.

Mulher Maravilha é um filme dirigido e produzido por mulheres, com maioria de elenco sendo mulher e com sessões polêmicas (não sei porque) somente para mulheres. Por que polêmicas? Não há motivo para polêmica, é um filme, sim, feito por e para mulheres. É a indústria atraindo mais e mais mulheres para os cinemas, para ver filmes deste gênero. É ganhar um público que já estava predisposto. Como a crítica internacional disse: "Mulher Maravilha é um filme que estávamos esperando da DC Comics". É, principalmente, um filme que nós mulheres, apaixonadas por este gênero, estávamos esperando.

Ver o rosto da Gal Gadot estampando camisetas, não com super maquiagens e não como supermodelo, é a coisa mais linda que eu já vi nos últimos tempos. É o começo dessa representatividade. É o ponto inicial para que mais rostos estejam ocupando este lugar. Rostos diversos. É não sensualizar (ainda mais) uma mulher considerada "padrãozinha". É saber que uma mulher pode ser símbolo, ícone, de força, garra, luta, coragem e não só de beleza e juventude. É, finalmente, valorizar e desmistificar a expressão "lutar como mulher".

Diana é uma princesa sim, mas a graça não é ela ser filha de um homem poderoso, aliás somente publicações recentes revelam quem é seu pai. A virtude está em ser filha de uma RAINHA PODEROSA, treinada por uma general que é sua tia, criada num mundo de mulheres que não é feminino; não o feminino padrão que nos é imposto. Muitas ações deste mundo de mulheres são intituladas - no nosso mundo - como masculinas, mas será que são? Não, não são e essas mulheres maravilhas vão poder te contar tudo isso nas telonas a partir desta semana.

É interessante colocar que, claro, a indústria cinematográfica não é A BOAZINHA. Num sistema capitalista que visa somente o lucro, nós não podemos nos esquecer que os movimentos sociais e as lutas estão sendo usadas para v e n d e r. Sim, vender, tão simples quanto. Descobriram que o empoderamento feminino vende, vende muito, e estão apostando nisso. Assim como a Disney está apostando na quebra de estereótipos, assim como a Netflix aposta numa linguagem mais desconstruída. O capitalismo se apodera de tudo para fazer ainda mais e mais dinheiro. E nós, pobres mortais, precisamos saber de tudo isso e não viver numa redoma de ilusões. Não é um filme, uma série, uma resposta mais bacaninha que vai salvar o mundo, é preciso cobrar dessas empresas poderosas e ricas que elas parem de se aproveitar de toda e qualquer oportunidade sem nos dar de volta tudo o que precisamos.

Somos nós que comandamos, no fim, todo esse sistema e se a gente quiser ele quebra, ele renova, ele se refaz num, talvez, novo e quem sabe, melhorado sistema. Queremos filmes sim, queremos mais e mais séries, queremos que as empresas não só falem desconstruidamente, mas pensem descontruidamente, tenham atitudes desconstruídas e visem não o lucro, mas as pessoas.

Ver meninas se encantando com a Mulher Maravilha é lindo, é lindo mesmo, e nenhum "nerd" que pense ao contrário vai nos tirar isso. Não mais. Mulheres possuem o mesmo peso e relevância dos homens em qualquer espaço, em todo o mundo. Nós merecemos os mesmos salários, os mesmos direitos, e teremos as mesmas ações.

Eu sou nerd, sou mulher, gosto de ler, tenho meus gostos, meus HQ's favoritos, discuto com meus amigos e amigas e quero a abertura deste gênero.

Chega de machismo! Viva a Mulher Maravilha! Viva todas nós!

 

Meu nome é Taynara, nerd de criação, fã de leitura, apaixonada por ser mulher, e buscando cada dia mais me desconstruir.

 

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Carlos Henrique Cambará 31/05/2017

Belo texto, a representatividade da Mulher-Maravilha é algo trabalhado desde sempre e isso parece ter sido respeitado nesse filme. To ansioso para poder ver também. :D

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1 comentários

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