O Inquérito Policial Militar (IPM) desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso não encontrou indícios de que os atos abusivos praticados pela tenente Izadora Ledur tenham ligação direta com a morte do aluno soldado Rodrigo Claro em novembro de 2016. O resultado foi confirmado pelo comandante da instituição, coronel Julio Cesar Rodrigues, na tarde desta segunda-feira (20).
Em coletiva à imprensa, o coronel explicou que caso o Ministério Público (MPE) ofereça denúncia de acordo com os indícios do relatório, ela pode ser denunciada por maus tratos e transgressão disciplinar.
“Foi constatado no relatório que ele (Rodrigo) foi exposto ao perigo a fim de incentivá-lo a superar tal situação. Não com o objetivo de causar dano”, ressaltou o coronel.
Os bombeiros devem também abrir um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta profissional da oficial. Ledur já foi denunciada por abusos cometidos em curso anterior, porém a apuração apontou que não houve excessos.
“Caso seja comprovada a transgressão, a penalidade aplicada a tenente Ledur e aos demais envolvidos no curso vai de uma advertência até a prisão”, informou.
Enquanto a investigação está em curso a tenente segue afastado do campo e atua na área administrativa do dos Bombeiros e teve sua promoção à major suspensa.
Rigidez na conduta de oficiais
O coronel Rodrigues voltou a afirmar que a instituição lamenta a morte do aluno e que o fato respingou na imagem do Corpo de Bombeiros e na reputação de seus cursos de formação.
“O que ocorreu não tem relação com a grade curricular. Ele se deve a conduta de algumas pessoas especificamente. Não há alteração na ementa do curso, mas teremos mais rigidez na fiscalização da conduta dos oficiais durante os cursos”, afirmou o comandante.
De acordo com o coronel Rodrigues, a sociedade ficou um tanto receosa sobre os cursos do Corpo de Bombeiros e a instituição está realizando reuniões e discutindo medidas para se reverter a má impressão.
O caso
O aluno soldado do corpo de bombeiros Rodrigo Claro passou mal após realizar treinamento de salvamento aquático. Durante o percurso de travessia da Lagoa Trevisan, onde foi realizado o treinamento, o aluno reclamou de dores de cabeça e vomitava. Ele foi sozinho até a coordenadoria do curso que o encaminhou para a Policlínica do bairro Verdão.
De lá ele foi levado para o Hospital Jardim Cuiabá, onde ficou internado por cinco dias até morrer. O laudo da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) apontou que ao aluno sofreu uma hemorragia cerebral de causas naturais.
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