Embora mais frequente em mulheres, o câncer de mama também pode afetar os homens, afinal eles também têm células semelhantes onde à doença é desenvolvida. A medicina aponta que o câncer na mama é mais comum em homens com idades entre 50 e 65 anos. Já os sintomas em alguns casos são semelhantes ao câncer de mama nas mulheres e, por isso, há maiores chances de cura quando é descoberto antecipadamente.
Conforme os dados do Instituto Nacional de Câncer de Mato Grosso, pelo menos 57.960 novos casos devem registrados em todo o mundo. Desse total, 1% pode ser registrado em homens.
César Pereira de Lima de 44 anos foi uma das vítimas surpreendida pela doença. Depois de comprovado o câncer e não ter vergonha em expor o problema para a esposa e os filhos, ele decidiu criar um blog na tentativa de conscientizar os homens e divulgar os possíveis sintomas que pode ser um alerta para o diagnóstico precoce.
“Homem tem essa coisa de ser muito machão, mas o preconceito deve ser deixado de lado e o homem tem que fazer o autoexame, principalmente a partir dos 40 anos. É apalpar mesmo e caso sinta os mamilos retraídos ou algum caroço, o médico deve ser procurado o mais rápido possível. Temos que ter a consciência de que no homem o câncer é por pelo menos um ano e meio e caso seja deixado de lado à doença se evoluiu e o paciente pode ir a óbito”, afirmou.
No blog ‘Câncer de Mama Masculino’, César relata quando pode sobre a doença. Ao HiperNotícias, ele explicou que gostaria de fazer do portal notícias online, mas devido a quimioterapia forte acabou perdendo um pouco a sensibilidade das mãos e não consegue escrever com frequência.
Mas, observou que pelas poucas vezes que escreveu sobre seu quadro de saúde e possíveis formas de desenvolver a doença ele já recebeu muitas perguntas online e ligações de pessoas que têm vergonha e medo de procurar ajuda profissional.
“O blog nada mais foi do que para conscientizar as pessoas. Eu inclusive fui surpreendido por quatro amigos que tem o mesmo problema e dois deles já confirmaram depois de me procurarem para saber como funciona o diagnóstico. Só que em estado mais avançados com caroço de quatro centímetros nas duas mamas. Eu acredito que esse 1% é apenas o número de homens que registram, porém deve ter mais casos espalhados que não são contabilizados”, destacou.
SUSPEITA
César teve a suspeita da doença em janeiro deste ano quando percebeu que o mamilo estava retraído. Ele procurou médico e o primeiro profissional afirmou que era apenas um cabelo encravado e com o tempo melhoraria.
“Fui pesquisar na internet e os médicos afirmavam que mamilo retraído em homem 95% dos casos é câncer de mama. Decidi marcar com um especialista ele olhou apertou e depois da biopsia deu positivo. Além do caroço no peito, eu também estava com um abaixo das axilas que também foi retirado”, contou.
César lembrou que não sentia dores. O único dia em que sentiu desconfor foi quando estava brincando de lutinha com o filho dele e um dos tapas acertou no peito. “Aquilo doeu tanto que logo imaginei que a situação não estava correta porque até outubro eu não tinha nada meus exames estavam todos normais”, lembrou.
Agora depois da cirurgia, a rotina do gerente de operações de uma fábrica de pães que continua afastado das atividades trabalhistas continua com a agenda lotada de consultas médicas e sessões de quimioterapia.
Depois de terminar a quimioterapia, César fica 21 dias sem tomar nenhum remédio forte para que o organismo reaja. Após esse período, ele ainda deve fazer 38 sessões de radioterapia.
“O médico ainda não me disse que estou curado. Principalmente porque meu problema é genético e tem chance de voltar. Mesmo depois de todas essas sessões eu devo fazer acompanhamento de seis em seis meses no hospital e depois no mínimo de dois em dois anos”, frisou.
CÂNCER DE MAMA
O médico oncologista Andre Crepaldi explicou que a campanha do Outubro Rosa acaba vinculando a imagem da doença a mulher. Mas, apesar de uma porcentagem muito baixa, as pessoas do sexo masculino devem se lembrar que qualquer caroço e mamilo retraído pode ser um alerta para começar a investigação de um possível tumor.
“O tecido mamário do homem é muito menor e pode facilitar o autoexame. Mas, a vergonha e o medo fazem com que as pessoas deixem de lado e isso não é correto. É importante deixar claro também que a doença é multifatorial. Os casos genéticos são bem menos comuns. Então isso não deve ser levado em conta quando alguém pode desenvolver o câncer”, afirmou o médico.
Conforme o oncologista, a maioria dos casos diagnosticados não tem apenas um fator único para que a doença possa ser desenvolvida. No caso do câncer de mama, ele pode estar associado em alguns pacientes ao peso, medicações para reposição de hormônio, estresse e diabetes.
“A medicina apenas explica que é uma célula que vai perdendo alguns controles e acabam desenvolvendo a capacidade do tumor crescer. Agora existem diversos mitos que mulheres que têm seios menores não é possível ter a doença. Mas, isso não é verdade porque inclusive em mulheres que têm prótese os exames de mamografia vão continuar sendo realizado de forma adequada. Já com relação a idade é mais comum acima dos 50 anos, mas temos muitos casos contabilizados em pessoas que têm idades bem menores. O alerta deve permanecer em toda e qualquer situação”, concluiu.
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