Restritos ao ambiente hospitalar, os jalecos são utilizados indiscriminadamente por profissionais da saúde ao transitar pelas ruas da capital. A atitude representa riscos à saúde do paciente.
A roupa que circula pelos mais variados ambientes também veste o profissional que atende nos consultórios, enfermarias e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em unidades de saúde. A ação é reprovada pelos órgãos que representam as diversas categorias da saúde, mas desrespeitada por parte dos profissionais.
Em estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro existem leis que proibem os profissionais de saúde de transitarem fora do ambiente de trabalho com jalecos e equipamentos de trabalho. Em Mato Grosso, ainda não há legislação específica. No entanto, a prática é repudiado pelos conselhos de classes de saúde.
O item representa uma proteção para o profissional ao lidar com pacientes, mas também é um transporte de microrganismos que podem gerar contaminações quando usado de maneira inadequada como é constantemente visto nas proximidades das unidades.
Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Eleonor Raimundo Silva, a atitude de alguns profissionais é reprovável, uma vez que compromete a sanidade do ambiente de trabalho e também pode gerar ou agravar quadros infecciosos em pacientes internados.
“Não há uma legislação quanto a isso em Cuiabá. O que fazemos é orientar os acadêmicos e, mesmo os profissionais já atuantes, sobre riscos que o uso do equipamento de proteção pode representar se utilizado em ambientes diversos. É comum o profissional sair do hospital e ir ao restaurante, transitar na rua e em qualquer outro lugar e retornar ao hospital. Isso tem que ser combatido e cabe aos conselhos e às unidades de saúde fiscalizar a prática, pois é inadmissível”, afirma.
De acordo com o presidente do Coren, a circulação fora das unidades de saúde com os equipamentos de proteção é cultural e um comportamento que deve ser modificado.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informou que orienta os médicos e demais profissionais da saúde a não usarem fora dos locais de trabalho seus respectivos equipamentos e vestimentas de proteção individual, como uniformes, jalecos, aventais, macacões, luvas, óculos ou qualquer outro equipamento destinado à proteção e trabalhador ou ao combate a possíveis infecções.
Por meio de nota, o CRM relatou que é muito baixo o risco de contaminação cruzada por conta do uso inadequado dos equipamentos de proteção, mas reconhecem que “não se pode negar que os jalecos, outras vestimentas e até acessórios de uso diário, como relógio e pulseiras, podem se tornar vetores de contaminações”, informou.
O Conselho ressaltou ainda que apoia o Projeto de Lei 4438/16 que tramita na Câmara e proíbe que os profissionais da saúde usem os equipamentos e vestimentas de proteção individual fora dos locais de trabalho.
O projeto é de autoria do deputado Federal, Átila A. Nunes (PMDB-RJ) e foi encaminhado à Câmara em fevereiro de 2016.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.