Enquanto a desocupação policial não acontece, os garimpeiros que ainda permanecem nas imediações da Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda, cavam na parte de baixo do garimpo, que fica na área particular do senhor Sebastião Azambuja, irmão do ex-deputado Carlos Azambuja (PMDB).
O pasto da fazenda está tomado por trabalhadores, que desta vez agem sem máquinários, e continuam em busca do metal precioso. A corrida pelo ouro já não é mais intensa como nas primeiras semanas de outubro.
André Romeu/HiperNotícias
Não há mais o menor sinal de vozerio, multidão e movimento intenso. Tudo é abandono
O corre corre que era promovido diariamente por aproximadamente oito mil pessoas por dia, hoje conta com menos de mil pessoas que ainda permanecem na região, morando em barracos de lona próximos aos seus buracos. "Se a gente deixa um buraco vazio ou sem ninguém cuidando, logo chega outro e toma. Por enquanto não teve briga, mas vamos evitar morando aqui do lado", disse um garimpeiro.
Esses que continuam se aventurando em busca de ouro na Serra dizem que estão aguardando a chegada da polícia desde sábado. "O povo começou a sair sábado. Muitos correram com seus equipamentos porque o juíz mandou quebrar as máquinas e tomar ouro, então para evitar qualquer perda, o povo saiu. Eu continuo aqui porque gastei mais de R$ 10 mil e não peguei nada em dez dias. Agora tô só escavando na picareta e pá. Se mandar eu sair, eu saio", disse José Afonso, morador do Maranhão.
Atualmente o que se vê no pé da Serra do Caldeirão são diversas covas, que passam de três e chegam a até oito metros. Enquanto ninguém barra o trabalho dos homens, eles seguem na força-tarefa. O que começou timidamente, agora se alastra em mais de 500 buracos enfileirados e demarcados, como se fossem terras compradas.
Na parte de cima da Serra, o que se nota é a rápida saída dos últimos aventureiros. Pelo menos 15 homens continuam a escavar os verdadeiros barrancos que deram ouro em grande proporção, mas atualmente a cena é a de um queijo suíço gigante.
Encontrados pela equipe de reportagem do HiperNotícias, 10 homens estavam amarrando suas tralhas de trabalho e levantando acampamento.
"Não adianta ficar mais. Aqui tá tudo oco, perigoso cair, desbarrancar e a genter até morrer. Vamos cavar lá embaixo, quem sabe eu acho alguma coisa", disse Augusto Marcos, que pertence à Cooperativa de Minério em Pontes e Lacerda.
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