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Cidades Quinta-feira, 19 de Abril de 2018, 16:34 - A | A

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Quinta-feira, 19 de Abril de 2018, 16h:34 - A | A

ETNIAS PADECEM

Saúde indígena ainda é precária em MT e preconceito impede avanço

JESSICA BACHEGA

“A gente cuida da melhor maneira que pode. Os pais vêm aqui a cada cinco meses mais ou menos. Eles moram longe e têm outros filhos também. Os médicos já tiraram as esperanças e ele vai ficar aqui até o dia que Deus chamar”, conta, emocionada uma das enfermeiras responsáveis pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Santa Helena, sobre o caso do indiozinho Josielison Kwasiari Morima Pea, de 5 anos.

 

Reprodução

uti pediatrica

 Foto ilustrativa

Enquanto limpa a boca da criança e arruma o cobertor para se certificar de que ele está aquecido, a enfermeira conta que trabalha no local há dois anos e quando chegou o menino já estava lá. 

 

Josielison foi internado em agosto de 2015 transferido de unidade hospitalar do norte do Estado. Ele nasceu aparentemente saudável, porém com dois anos começou a demonstrar que algo estava errado e os pais, de uma tribo indígena da região de Tangará da Serra,  realizaram tratamentos naturais no menino até que ele foi levado para atendimento médico e descoberto que o intestino era maior que o adequado para sua idade e isso gerava as complicações de saúde.

 

“Ele passou por cirurgia aqui, mas não sei dizer exatamente o que aconteceu. Sei que houve complicações e faltou oxigênio no cérebro que causou o retardo. Os médicos disseram que não tem reversão do quadro dele, que já está assim há três anos”, relata.

 

O menino é alimentado por meio de sonda e tem uma bolsa para coleta das fezes, fixada no abdômen. Às vezes ele é levado para passear fora do quarto, mas a falta de acesso ao exterior tornou sua pele morena, pálida. Sem exercícios, as pernas atrofiaram e ficaram desproporcionais ao corpo robusto. Além do nome, o único traço que denuncia as origens indígenas são os olhinhos puxados.

 

As inúmeras cicatrizes de pontos na barriga do menino apontam os vários procedimentos cirúrgicos aos quais foi submetido, sem sucesso na sua recuperação.

 

A falta de atendimento adequado, logo na identificação do problema, gerou sequelas graves na criança. Ela não responde a nenhum estímulo externo e suas únicas reações são bocejar e piscar os olhos de vez em quando.

 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) foi procurada e informou que o tratamento oferecido para os indígenas é o mesmo que o disponibilizado para os demais cidadãos. Para tratamento médico eles buscam a rede de saúde pública oferecida nos municípios. Não há diferenciação.

 

De acordo com Ayato Uikuikuro, vice presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Xingu (DSEI Xingu), que atende a povos de 16 etnias no Estado, a saúde indígena ainda vive dificuldade muito grande em todo o Mato Grosso e o Brasil. 

 

“A situação é muito difícil, principalmente nos casos e emergência e de crianças que nascem com alguma deficiência física”, afirma o indígena que relata que a luta por melhorias para a saúde das tribos é constante.

 

Ele conta que o preconceito também é um fator que atrapalha o atendimento aos índios no Estado. “Existe um tratamento diferenciado, sim”, afirma.

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