Sábado, 20 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,20
euro R$ 5,54
libra R$ 5,54

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,20
euro R$ 5,54
libra R$ 5,54

Cidades Terça-feira, 30 de Maio de 2017, 16:13 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Terça-feira, 30 de Maio de 2017, 16h:13 - A | A

GRAMPOS ILEGAIS

Sargento da PM procura corregedoria, entrega computador e teme represália

CAMILLA ZENI

Após ver seu nome vinculado pela mídia no caso de grampos ilegais envolvendo, ao menos, quatro policiais militares, a 3º sargento Andreia Pereira de Moura Cardoso procurou a Corregedoria Geral da instituição para esclarecer o que, de fato, ocorreu.

 

Mayke Toscano/Hipernoticias

comando geral/qcg

 

Em seu depoimento, a militar garante que não fez nada além de seguir as ordens de seus superiores. Na ocasião, ela entregou seu computador pessoal, utilizado nas atividades de escutas, e desabafou que teme por sua vida e de sua família.

 

Conforme consta no documento, relevado na manhã desta terça-feira (30) pelo site Folhamax, a sargento afirmou à Corregedoria que seu envolvimento no esquema de grampos ilegais se deu de maneira repentina. Segundo ela, em meados de 2014, foi instruída por seu comandante, coronel Siqueira Junior, que coordenava as ações do Centro Integrado de operações Aéreas (Ciopaer), a procurar o coronel Zaqueu Barbosa no Comando Geral.

 

Lá, o coronel Zaqueu a informou que seria transferida para o setor de inteligência da PM, e que havia um trabalho com interceptações telefônicas para ela cuidar. O cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior teria ficado como responsável para instruí-la no novo serviço, que se tratava de “ouvir todos os áudios e anotar as partes importantes com as respectivas datas e horários daqueles áudios”, conforme declarou no depoimento.

 

A sargento teria permanecido em espera por alguns dias, até que foi chamada ao Comando Geral novamente, e, dentro da sala do coronel Zaqueu, se encontrou com o cabo, que lhe deu novas explicações. Segundo ele, as escutas seriam de conversas telefônicas de policiais militares que estariam sendo investigados por suposta participação em crimes.

 

Até que o trabalho com as interceptações telefônicas começasse, passaram-se mais alguns dias. A sargento relatou em seu depoimento que, na ocasião passada, o cabo Gerson não havia lhe passado seu endereço de trabalho, uma vez que o mesmo ainda não estava definido. Dias depois, foi informada de que trabalharia em uma sala, provavelmente no 6º andar, do Centro Empresarial Mirante do Coxim, localizado na Avenida Isaac Póvoas, região central de Cuiabá.

 

Reprodução

predio avenida Isaac

Quartel das escutas ficava em prédio da Avenida Isaac Póvoas

No local, havia dois quartos, sendo que um era usado por ela e o outro pelo cabo Gerson. No cômodo que ocupou, ela relatou que havia duas mesas de escritório com dois computadores montados e dois aparelhos de fone de ouvido. Já na sala do outro militar havia um armário com papeladas, cerca de 15 aparelhos celulares e um computador montado, contendo mais smartphones conectados.

 

Ainda de acordo com o depoimento, o militar quase não aparecia no local. E teria sido ele o responsável por apresentá-la ao porteiro do edifício, para que a mesma tivesse acesso à sala.

 

Em determinado momento, a demanda das escutas telefônicas começou a aumentar e um segundo policial passou a frequentar o edifício. O militar era Clayton Dorileo, que dividia o mesmo cômodo que a sargento.

 

Para ter acesso ao sistema das interceptações Guardião, era necessário login e senha pessoal, ao passo que um sargento, identificado como Euclides Luiz Torezan, foi até o local cadastrá-lo. Conforme as informações, o militar trabalhava, à época, no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

 

À Corregedoria, a sargento informou que o trabalho no local durou até julho de 2015, quando foi informada pelo cabo Gerson de que a sala seria fechada e que as atividades com as escutas telefônicas teriam que ser feitas direto de sua residência, e utilizando computador próprio.

 

Em seu depoimento, a militar informou que não conseguiu instalar o sistema em seu computador por conta própria, tendo sido necessária a ajuda do sargento Torezan, que o fez por acesso remoto após obter algumas especificações sobre o computador.

 

A sargento afirmou à Corregedoria que, durante todo o tempo que trabalhou com as escutas, não ouviu nenhuma das pessoas já divulgadas pela mídia, como políticos e magistrados. No entanto, citou nomes de policiais que foram grampeados, além de conversas de presidiários.

 

Conforme informou, os áudios ficavam em pastas montadas no sistema, que possuíam acesso restrito. Além disso, o nome do usuário de quem acessava o arquivo ficava registrado. Segundo a sargento, à ela não foi atribuído acesso à nenhum outro tipo de gravação.

 

A atividade com os grampos ilegais durou até setembro de 2015, quando, após uma ligação do cabo Gerson, se apresentou ao comandante Siqueira Júnior, à época secretário chege da Casa Civil Militar. Na ocasião, ela foi dispensada do serviço de inteligência e realocada para outros serviços, como recepção e administração, até que, em 2016, passou a trabalhar com a segurança de coronéis e oficiais.

 

Ao fim da sua declaração, ela entregou seu computador pessoal à Corregedoria Militar, e informou que, ao terminar as atividades com as escutas ilegais, fora orientada a formatar o notebook. No entanto, por tê-lo feito com uma pessoa amadora, ela acredita que uma perícia técnica conseguirá recuperar os arquivos.  

 

Em razão das fortes declarações que prestou, a sargento desabafou temer represálias que atentem à sua vida ou a de seus familiares. O advogado da militar, que estava presente no momento da declaração, solicitou medidas garantidoras de segurança e de sua carreira.

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros