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Cidades Terça-feira, 09 de Abril de 2019, 10:50 - A | A

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Terça-feira, 09 de Abril de 2019, 10h:50 - A | A

CUIABÁ 300 ANOS

Planejamento de mobilidade não acompanhou crescimento de Cuiabá

JESSICA BACHEGA

Reprodução

Secom thiago franca

 Thiago França, diretor da Sinfra e ex-secretário da Semob

SELO1_HIPER

Cuiabá chega aos 300 anos com uma história de grande crescimento, mas que não foi planejada para comportar tal desenvolvimento, principalmente no que diz respeito à mobilidade urbana. São 446.067 veículos para uma malha viária projetada para receber 100 mil.

O grande crescimento populacional que Cuiabá registrou nos anos 1970 tem relação à enchente que extinguiu alguns bairros e obrigou o setor de infraestrutura a pensar com mais atenção para a mobilidade urbana, visto que lugares mais distantes do centro começaram a se tornarem moradia. Era preciso buscar soluções materiais, social e humana para atender a toda essa demanda.

O diretor da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e ex-secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá Thiago França explicou ao HiperNotícias como se deu a evolução da mobilidade desde a separação do Mato Grosso do Sul.

Conforme França, para absorver essa demanda, ainda naquela década foi pavimentada a Avenida Fernando Corrêa da Costa, com a instalação da Universidade Federal de Mato Grosso e criação de novos bairros no sentido do Coxipó.

Na mesma década, a instalação do Centro Político Administrativo conduziu a abertura da Avenida Historiador Rubens de Mendonça definindo um novo eixo de expansão urbana, com a criação de novos bairros na região. Tais ações foram patrocinadas pelo Projeto CURA, do Governo Federal. Em 1990, o Programa Terra da Gente (Protege) regularizou áreas ocupadas sem planejamento e que hoje abrigam edificações de alto padrão.

Duplicação da Miguel Sutil

A Avenida Miguel Sutil foi duplicada no início dos anos 90 e passou por uma requalificação recente para a Copa do Mundo, que teve a Capital como uma das sedes.

A fim de dar fluidez ao trânsito para quem mora nos bairros mais distantes no centro, foram criadas as Avenidas das Torres e Jornalista Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho).

Com as mudanças, o centro de Cuiabá passou a concentrar comércio e deixa de ser usada para moradia.

Segundo França, a cidade cresceu, porém a infraestrutura não acompanhou tal desenvolvimento. “Não faltaram comparações desleais entre Cuiabá e Campo Grande e as novas cidades de Sinop e Sorriso”, afirma.

De acordo com o diretor, embora o Planejamento Urbano, iniciado ao final da década de 80, com a implementação do Sistema Municipal de Planejamento Urbano (SMDU), apontasse para a realidade de hoje, houve atalhos que obrigaram a decisão extremas.

“Você tem um problema, passa por cima, ou seja, ‘cria um viaduto’, solução inevitável nos projetos de mobilidade apresentados para a ‘Copa FIFA 2014’. As decisões tomadas no passado levaram a essas medidas. Comparativamente, podemos falar do paciente infartado que precisa de ‘stent’”, explica.  

Thiago França conta que o trânsito cuiabano é projetado para comportar 100 mil veículos, porém foram registrados 446.067 carros e motos em 2018. O que corresponde a 1,45 veículos por pessoa.

O sistema viário de Cuiabá foi citado primeiramente no Plano Diretor de 1992, mas a possibilidade de implementação de ciclovias e corredores de transportes só foi estudado na revisão de 2011 do plano. Existe, também, vias planejadas entre 1999 e 2003 que não foram concretizadas. Entre essas estradas estão Via Parque Gumitá (que liga a Morada da Serra à Avenida Fernando Corrêa), Radial Oeste (atrás do bairro Cophamil), Rodoanel que permite atravessar a cidade sem passar pelo perímetro urbano e o corredor exclusivo de ônibus nas avenidas Governador Dante Martins de Oliveira e João Gomes Monteiro Sobrinho.

VLT

Thiago França reconhece a importância que o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) teria para a população, se estivesse concluído.

“Pela primeira vez, em Cuiabá, se fala em mobilidade urbana com foco no transporte coletivo”, pontua. “É importante destacar que estas obras possuem um prazo de validade. Os investimentos maciços e contínuos no transporte público e malha viária são de fundamental importância”, ressalta.

Segundo ele, o VLT seria uma importante alternativa para a diminuição do volume de trânsito na Capital. Conforme os dados, em 2001 havia 120.658 veículos, e o ano de 2018 foi encerrado com 418.760 veículos, com a perspectiva de chegar em 2028 com 585.020 veículos.

“Se levarmos em consideração que, segundo o IBGE, temos uma população estimada em 607.153 mil habitantes, temos: 1,45 habitante por veículo ou para cada 3 pessoas em Cuiabá, tem 2 veículos”, afirma.

Além de desafogar o trânsito, Thiago França cita outros desafios para o Município em relação a mobilidade urbana, entre eles e atenção à infraestrutura das vias, calçadas, acessibilidade, investimento em transporte coletivo, educação para o trânsito, expansão da malha viária, e tudo que facilite o ir e vir do cuiabano. 

“Quando andamos nas ruas de Cuiabá, não percebemos a beleza da sua história, porque ela está sufocada pelos problemas estruturais”, declara.

Apesar de todas as dificuldades, França afirma que Cuiabá tem pessoas de fibra com coragem para superar os obstáculos.

“Que Deus nos abençoe, e que Cuiabá adentre seus 300 anos com políticas urbanas que transformem nossa cidade com uma melhor qualidade de vida para o nossa população”, finaliza.

 

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