Diante de tantos relatos de violência obstétrica, muitas mulheres desconhecem o parto humanizado. No senso comum, se tem a ideia de algo caro, realizado em casa e dentro de uma banheira, mas a doula Thattiany Carvalho Leite explica que, na verdade, significa que é quando a mulher é respeitada dentro das vontades dela.
“É um parto com respeito, a mulher tem um protagonismo, as vontades são respeitas. Não é o local ou o que tinha no local”, diz ela.
O parto humanizado pode e deve ser realizado dentro dos hospitais, é caracterizado pelo tratamento que a mulher recebe.
O Ministério da Saúde lançou, em março, uma publicação com diretrizes de assistência ao parto normal no Brasil. O documento serve de consulta para profissionais de saúde e gestantes.
A mulher tem o direito de definir o seu plano de parto, a publicação da Pasta trás informações sobre locais, orientações e benefícios do parto normal.
“Essas medidas visam o respeito no acolhimento e mais informações para o empoderamento da mulher no processo de decisão ao qual tem direito. Assim, o parto deixa de ser tratado como um conjunto de técnicas, e sim como um momento fundamental entre mãe e filho”, diz o Ministério da Saúde.
As maternidades também devem incorporar na assistência de parto a liberdade de posição durante o procedimento, dieta livre (jejum não é obrigatório), presença de doulas, acompanhantes, respeito à privacidade da família e métodos de alívio da dor como massagens e imersão em água. Outras recomendações são o contato pele-a-pele imediato com a criança, logo após o nascimento e o estimulo à amamentação.
Doulas
“O significado da palavra ‘doula’ é ‘a mulher que serve’”, explica Thattiany Carvalho.
Ela diz que a profissional apoia a mulher diante de suas escolhas, mas sempre oferece informações com bases científicas. “Doula está relacionada com a gestação, o trabalho de parto e o pós-parto”.
Além de acompanhar os partos normais em casa e no hospital, as cesáreas também estão envolvidas. “Cada pessoa entende o parto de uma forma, tem medo de alguma coisa. Quando a mulher trás o desconforto, a gente vai mostrando para quando ela for fazer que ela tenha consciência das suas escolhas e apoiamos sempre”.
Ela relata que muitas mulheres entram em desespero por não entender a gravidez e todo o processo que ela envolve. Thattiany diz que, quando a mulher tem os esclarecimentos necessários, o parto e o pós-parto são mais tranquilos. “A mulher tem que se sentir segura dentro das suas escolhas e viver uma experiência mais positiva”.
Relato de parto
Ana Paula Duarte da Costa teve o parto humanizado em um hospital particular da Capital e o acompanhamento da Thattiany. “A doula foi muito importante, a minha bebê veio naturalmente ao mundo”.
Ela relata que começou a sentir as dores ainda em casa, as contrações cada vez mais fortes e foi levada ao hospital. Quando chegou lá, a bebê já estava coroando e todo o procedimento e as suas vontades foram respeitadas pelo equipe médica.
“Não houve intervenção, não houve analgia. Porém sofri muito, pois o doutor não respeitou meu plano de parto e cortou o cordão (umbilical) antes de parar de pulsar e antes da placenta nascer. Ele fez a tração da placenta, foi a minha decepção e do meu esposo”.
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